Juventus 3×0 Chelsea. Nem tudo é azul em Stamford Bridge.

Pela penúltima rodada da fase de grupos da Champions League, a Juventus recebeu o Chelsea em Turim precisando da vitória para obter uma classificação tranquila em partida valida pelo grupo E.

Mais do que o jogo em si, uma autentica partida de xadrez entre dois treinadores italianos, Di Matteo e o auxiliar do suspenso Antonio Conte, Massimo Carrara; nota-se outra vez um Chelsea em ebulição. Em ebulição com um técnico jovem no comando e às vésperas da decisão da fase de grupos, exatamente como na última temporada.

As informações são várias, incluindo-se lavação de roupa suja após a derrota para o West Bromwich nos vestiários blues, pela Premier League no último fim de semana. E os rumores de que Abramovich já pensa em demitir Di Matteo. Há algum tempo atrás este que vos escreve perguntou ao editor deste blog, se Roman Abramovich não se caracterizava enquanto um ‘cartola iniciante’.

O ilustre editor concordou descrevendo o russo enquanto um ‘cartola amador’. Continua sendo mesmo após o título da última CL. Di Matteo remontou os blues liderou de forma surpreendente a Premier League mas já contabiliza quatro partidas sem vitória. Normal, em se tratando de uma nova equipe.

Mais além, Oscar surpreendentemente adaptou-se muito rápido a Premier League, e aos poucos parece se tornar o atleta que talvez Pato prometia ser. Hazard idem, que na humilde opinião desde que vos escreve parecia ser uma atleta oriundo da Ligue 1 francesa que não daria em nada num clube maior, vide Obertan ou Gourcuff.

Porém no momento de ebulição da temporada passada, foram os medalhões que se faziam de mortos que deram a classificação, Drogba anotando 3 gols contra o Valência na última rodada da fase de grupos e depois contra o Napoli acompanhado de Terry e Lampard. Lampard talvez tenha sido o que faltou na partida de hoje contra o bianconeri.

A partida era equilibrada quando no fim do primeiro tempo, Quagliarella desvia bola chutada a longa distância por Pirlo e faz Juventus 1×0. Equipes fechadas com poucas chances de gol obtidas em contra-ataques era o que se via.

Quem chama a responsabilidade?

No segundo tempo, Di Matteo saca o defensor Azpilicueta e o segundo gol bianconeri sai quase que na sequência, Vidal amplia para os italianos. Victor Moses surgiu no lugar do defensor blue. Logo depois, Di Matteo saca o volante Obi Mikel para dispor Fernando Torres. Ramires e Oscar se postariam recuados atrás de uma linha de frente com Hazard/Mata/Moses e Torres como referência designando-se o ‘2-3-1’ do 4-2-3-1.

Talvez Frank Lampard fosse o homem necessário no meio de campo desta configuração. Para além dos quarenta do segundo tempo, Giovinco faz o terceiro da Juventus. Final Juventus 3×0 Chelsea. Segundo consta, Abramovich queria um Chelsea ofensivo quando a temporada começou. Di Matteo com tais substituições parece estar cumprindo ordens.

O que o russo não percebeu é que tamanha ofensividade implica em vulnerabilidade defensiva. Sobretudo quando John Terry não atua numa linha defensiva que tinha Ivanovic, Cahill, David Luiz e Ashley Cole com ao menos durante o primeiro tempo, um Azpilicueta ‘escondido’ atrás do último.

Outro detalhe que não se nota no meio de campo blue nesta temporada é o discreto volante Raul Meirelles. Liberado para o futebol turco, Meirelles foi destaque no mata mata da CL passada durante a ressurreição blue.

Lampard e Terry salvarão a pátria novamente? É provável que não. Preencher suas lacunas é o que o Chelsea ainda não fez pois a idade de ambos se vê muito avançada. E dificilmente fará pois fazer atletas em casa que se identifiquem com o clube não é sua especialidade. Para além de juízos moralistas Terry para o bem ou para o mal é insubstituível na defesa blue.

Lampard ainda que não revelado pelo Chelsea (veio do West Ham) se vê no Chelesa há dez anos e fora ‘inventado’ por José Mourinho. Caberia a Abramovich um ato populista de cartola ‘macaco velho’, do tipo atirar um presente para a torcida na próxima janela de transferências (alguém aí gritou ‘Drogba’?) e deixar Di Matteo trabalhar. Um Mundial de Clubes e uma Liga Europa não parecem tão ruins no balanço final.

Na última rodada a Juventus depende de si mesma contra o ucraniano Shaktar que bateu o dinamarquês Nordsjaelland por 5×2 em partida marcada por um gol polemico de Luis Adriano. O Chelsea enfrenta os coadjuvantes dinamarqueses podendo perder a vaga para os ucranianos.

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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