Mano caiu. Caiu tarde porque nunca deveria ter sido treinador da Seleção. Com seu currículo digno de outros grandes nomes do futebol brasileiro como Geninho, Antonio Lopes, Candinho e Joel Santana, conseguiu, desde herdar o cargo na puxada de tapete teixeiriana em Dunga, convocar um sem-número de jogadores medíocres, que foram coroados com a presença do zagueiro Durval na Seleção (Durval será, para sempre, o Leomar de Mano). Mas o maior feito de Mano Menezes foi na insistência obediente em convocar Neymar o máximo que pudesse, sem conseguir fazer o santista jogar o que se espera dele. Também não conseguiu montar uma defesa minimamente decente, mesmo tendo dois dos melhores zagueiros do mundo (Thiago Silva e David Luiz), um lateral esquerdo extremamente eficiente (Marcelo) e uma leva de volantes que, se não tem nenhum gênio, tem jogadores de sobra para montar qualquer esquema com segurança. Ainda que a demissão de Mano venha pelas mãos da caricata figura do senil José Maria Marin, governador biônico da ditadura e papagaio de pirata do poder nos anos de chumbo, ela é bem-vinda. Mano representa tudo que há de mais abjeto, ultrapassado, anacrônico e obscuro no futebol brasileiro, inclusos (e principalmente) seus dois mentores, Ricardo Teixeira e Andres Sanches. O Brasil agora pode voltar a ter chance de vencer a Copa em 2014 e exorcizar o fantasma de 195o, algo que com o antro cebeéfico da Seleção em sua gestão, não seria possível. Pena que limpar o resto não seja tão fácil quanto demitir um nome não à altura do cargo. Mano, muita sorte para você, desde que em outro lugar.

Respeito sua opinião, mas não concordo.Como já disse em outro post, acho que é muito achar que o Mano é um dos principais problemas. Acho que a demissão do Mano não é bem-vinda pois Marin entrega o anel para salvar os dedos. Na minha opinião, o que há de mais abjeto, ultrapassado, anacrônico e obscuro no Brasil é o Marin, e outros aspones que herdaram posições e nunca fizeram absolutamente nada de útil.
Nesse espaço (e incluo os comentários), li as opniões mais lúcidas em relação à demissão do ‘Mano dos manos’, suas qualidades como treinador e de seus possíveis substitutos.
Dunga não era nem técnico e junto com Jorginho fez a seleção jogar um futebol feio e chato, mas pelo menos havia um plano de jogo competitivo e bem definido. Hoje nem isso!
E eu tenho que aguentar o Paulo Vinícius Coelho (a quem respeito e muito) escrever no blog dele que “Nenhum técnico brasileiro, hoje, fará a seleção jogar um futebol tão brasileiro quanto Mano vinha conseguindo fazer.”
Nem sei se o Brasil tava jogando futebol direito. Por vezes penso que estavamos criando outro esporte: O Neymarball.
Que seria uma versão 2.0 do bom e velho “Toca pra mim que eu resolvo”.
Pelo menos contra times como a África do Sul, China, Japão e Iraque vinha dando certo. Pena que na copa não vamos jogar contra eles…
Concordo plenamente com o “Mano caiu porque quis ter a sofisticação de Guardiola quando era nada mais que um tático da serra gaúcha. ” Era mais ou menos o que estava tentando dizer. Um técnico fraco tentando colocar uma classe indevida e fora de momento também.
Caro, respeito sua opinião, mas discordo totalmente. Jogar com um tosco volante não é simplicidade – é tosquice mesmo. A seleção brasileira sempre venceu sendo sofisticada: em 58, adotou muito do estilo danubiano de Bela Guttmann, de quem Feola foi assistente; em 70, apesar de Zagallo, jogamos com cinco armadores e nenhum centroavante; em 2002, Felipão fez um 4-4-2 onde um volante virava zagueiro sem posse de bola. A seleção brasileira mais tecnica que vi na vida, a de 82, tinha dois armadores na marcação, Cerezo e Falcão, que faziam exatamente este ‘box-to-box’ que vc menciona. Mano caiu porque quis ter a sofisticação de Guardiola quando era nada mais que um tático da serra gaúcha. Não temos esse técnico para sofisticar hoje, a menos que ele venha do estrangeiro. Mas sigo respeitando o que vc acha. abraços
Caro, não estou com ninguém além de mim mesmo. Tite é um técnico bom para o nível do futebol brasileiro, mas medíocre no cômputo geral; Felipão acabou tragado por aquele que era seu maior mérito – a lealdade. Insistiu em muitos nomes errados por pura birra. Os demais são simplesmente medíocres (Abéis, Joéis, Neys e afins) ou datados (como Vanderlei, “The man who sold the world”.) Muricy é o melhor brasileiro em circulação e ainda teria a vantagem de conhecer Neymar e talvez ter o seu apoio – algo fundamental para vencer. Meu sonho impossível seria Guardiola. Mas é impossível. Marin e a comitiva de frente da CBF são toscos e arcaicos demais para uma cartada dessas. Contudo, sonhar não custa. Abs
“Mano representa tudo que há de mais abjeto, ultrapassado, anacrônico e obscuro no futebol brasileiro, inclusos (e principalmente) seus dois mentores, Ricardo Teixeira e Andres Sanchez”
Discordo de alguns pontos dessa parte. Ao meu ver, o maior erro do Mano Menezes foi querer deixar para trás o futebol simples, o futebol brasileiro. Tinha um desejo muito grande de europeizar a Seleção Brasileira. O uso dos dois volantes como box-to-box, sem aquele volantão destruidor; ou então de usar Neymar como um ‘falso centroavante’, com Kaká e Thiago Neves – esse que nem ali deveria estar – aberto um em cada ponta; a questão da zaga enfraquecida também se reflete pela falta de volantes de marcação, jogamos com dois laterais que a característica principal é ir ao ataque, Daniel Alves e Marcelo são laterais ofensivos, desse jeito, mesmo com os melhores zagueiros do mundo, perdemos segurança pela falta dos volantes.
Ora, creio que esse gosto – ou forçação de barra – exagerado pelo futebol europeu que fez com que o treinador caísse.
Cassiano, ainda surpreso pela notícia, pergunto: será que a CBF vai aceitar o Felipão naturalmente? Para mim, ele só chegou em 2001 porque a situação era calamitosa: a seleção perdia para Honduras, a CPI apertava o cerco sobre o lado negro (ou seria afrodescendente?) da força e era necessário alguém que assumisse a culpa por tudo.
Meses depois, um grupo cômico de tão fraco na primeira fase, inspiração individual de Ronaldo e Rivaldo, arbitragens favoráveis e campanhas bisonhas dos maiores rivais (sobretudo a Argentina) trouxeram um penta bastante improvável pelas circunstâncias. E que varreu muita sujeira pra baixo do tapete.
Estou com o Bertozzi nessa: Felipão não é a solução. E o Tite, seria? Sairia com facilidade do Corinthians após um provável Mundial ganho?