Preview da temporada: Internazionale

Reforços: Alvarez, Forlán e Zárate – os três atacantes.
Ausências: Samuel Eto’o, que carregou o time nas costas quando Sneijder não estava bem.
Técnico: Gian Piero Gasperini.
Destaque: Wesley Sneijder, indiscutível.
Aposta: Ricardo Alvarez, o “Ricky Nerazzurro”.
Ponto fraco: a equação esquema tático+elenco.
Luta pelo… titulo na Itália e com menos entusiasmo, na Europa.
Na temporada…a Internazionale iniciará pela primeira vez com um time quase sem nenhuma referência das deixadas por Mourinho. Javier “El Cid” Zanetti não tem mais o vigor dos bons anos de Calciopoli (bons para a Inter, claro), a defesa envelheceu, Eto’o foi embora, Milito sumiu e somente Sneijder e Cambiasso parecem ter a mesma armadura do ano da vitória europeia. A Inter terá de conviver com um aparente retorno à esquizofrenia gerencial. O elenco dado a Gasperini, excelente mas monotemático técnico, não é adaptado ao 3-4-3 que ele prefere. Sobram laterais, faltam atacantes de movimento  e principalmente, sacrifica o melhor jogador do time, o cracaço Sneijder, que no 3-4-3 fica fora da zona próxima à área, sua predileta. Na colheita de atacantes, a Inter também não buscou um parceiro para Pazzini, trazendo mais centroavantes (embora Zárate possa fazer bem esse papel). Forlán é parecidíssimo com Pazzini originalmente, mas tornou-se hábil na seleção uruguaia em mergulhar no meio-campo para buscar a bola (que diferença da seleção de MM, onde os craques viram toscos). A Inter é um dos três melhores elencos da Itália (com Milan e Napoli), mas ao contrário dos outros dois, favorece um 4-3-1-2 que Gasperini não usa há pelo menos sete anos. Se houver bom senso e paciência, a Inter é candidatíssima ao título. Contudo, esses dois itens, na história da Inter (exceto o período de Calciopoli, sem concorrência), são tão raros quanto um trevod e quatro folhas.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
Top