Rápidos comentários sobre a rodada da Série A

Além da escorregada da Udinese para fora da zona costumeira de qualificação da LC, nenhuma surpresa. Inter e MIlan fizeram o que se esperava, assim como Lazio, Roma e Napoli. Na vitória da Roma, talvez esteja um indiciativo de descendente da Udinese, algo que seria pertinente à forma física e mais do que aceitável diante do campeonato impressionante até aqui. E soam os alarmes para Parma e Sampdoria.

Em Florença, o Milan poderia ter vencido com folga não fosse a má jornada de Ibrahimovic. Visivelmente nervoso, ele trabalhou bastante, prendendo a marcação e correndo para fechar os zagueiros, mas errou uma quantidade inacreditável de passes (embora tenha propiciado o gol de Pato) e conclusões. Seedorf e Thiago Silva estão em grande forma; sim, houve pênalti em Comotto, mas a não-marcação não foi um absurdo (e se o árbitro Nicoletti estivesse a fim de favorecer o Milan, não expulsaria o sueco, que não foi absolutamente acintoso em seu desabafo). De qualquer maneira, o final “em ritmo de infarte” (aspas da Gazzetta) do Milan, deixa claro que o torcedor rossonero não tem nenhuma razão para festejar ainda.

Em Milão, sem sustos, a Inter bateu um Chievo acuado sem um grande futebol e sem organização tática. Arrigo Sacchi, na sua coluna da Gazzetta Dello Sport, lembrou como Leonardo desmontou o time e dividiu os setores, embora tenha lembrado que é preciso dar tempo ao técnico.

Capítulo Napoli: sem Cavani, o Napoli é outro time: perde incisividade, passe e movimento. Hamsik, Lavezzi são bons jogadores, mas não dão ao Napoli a inventividade necessária para conduzir o time a um “scudetto” – mesmo que esse ainda seja possível. Vitória de autoridade da Lazio e em Udine, a Roma fez com que a Udinese desse a sensação de que virou o fio, fisicamente falando. O jogo de domingo em Napoli será definitivo para o time do Friuli demonstrar quais suas ambições. Jogando o que pode, o Napoli corre sérios riscos.

Pausa para Sampdoria e Parma: os lígures perderam 11 de suas últimas 16 partidas. Por mais que significassem Pazzini (e Cassano afastado) o time não teria como ter essa queda abissal sem outros fatores, especialmente tendo um elenco cheio de bons jogadores (Poli, Ziegler, Dessena, Palombo, Tissone, Gastaldello). Enfrentar um Milan com a faca entre os dentes no sábado certamente não ajuda. O Parma (10 pontos nos últimos 36 disputados) indo a Milão pegar a Inter também não dormirá bem até lá, mas conta com um time mais modesto. Exceção feita ao praticamente rebaixado Bari, as outras duas vagas no inferno estão abertas. Que se cuidem emilianos e genoveses.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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