Um-dois-três, Napoli no chão…

A liquidação da candidatura do Napoli ao título italiano veio pelas laterais. Não é exatamente uma surpresa. Na escolha de Pato para o lugar de Cassano, Allegri esclareceu que a sua expectativa era a de alargar a defesa a três e abrir espaço para os meio-campistas (o gol de Boateng não saiu por acaso). A rival do Milan é a Inter que, mesmo atrás na tabela e com um técnico que ainda não mostrou poder montar uma defesa sólida, tem um elenco melhor.O lance do pênalti milanista (Gazzetta dello Sport)

Pato foi o nome do jogo, sem dúvida, com um gol belíssimo, uma assistência e a jogada do pênalti, mas o espaço para seu brilho veio de uma montagem de time inteligente de Allegri. Goste-se dele ou não, sua leitura de esticar a defesa para obrigá-la a se bater com Ibrahimovic sob pressão, funcionou. E não foi só: Flamini, Boateng e van Bommel também acuaram um Napoli tímido.

A responsabilidade do insucesso napolitano é em grande parte dedicada a seu técnico. Walter Mazzarri não soube avaliar que Alexandre Pato poderia destruir sua defesa. Deveria ter recuado Dossena para grudar nele e mais nada. Isso talvez fosse abdicar de vencer, mas impediria o balde de água gelada no moral do time. Mazzarri provavelmente esperava Cassano e Robinho se invertendo atrás dos atacantes e o erro foi mortal.

Falar que o erro do árbitro influenciou o resultado da partida, Calciocaos, submissão psicológica, etc, é uma bobagem, Não houve penalidade, mas o lance era extremamente difícil e sob uma chuva torrencial. Além disso, o Napoli somente tentava conter as chegadas do meio-campo milanista e de Pato. Curiosamente, Robinho foi menos atacante que van Bommel e Boateng e justamente por isso merece elogios. Está jogando para o time pela primeira vez em sua carreira.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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