Roma afunda na Avenida Riise

Creio que meu post sobre o lateral Riise, da Roma, tenha recebido uma resposta à altura do mesmo. No jogo que era realmente decisivo, Riise entregou o ouro, bem como o resto do time. E aí, a Roma revelou seu maior limite, o limite que a separa do rótulo de “grande” (uma discussão na qual me aprofundarei nesta semana): sob pressão intensa, a Roma entrega os pontos.

Contra a Samp, além de um Cassano em noite inspirada e um Pazzini com o machado afiado, a Roma sofreu exatamente com a Avenida Riise. O norueguês entregou os pontos. Perdeu metade das divididas e assistiu Pazzini subir tranquilo para fazer um gol. O lado esquerdo da defesa causou rombos até pelo meio, dada a atenção que Juan tinha de dividir entre seu setor e o do colega. Isso tudo dentro do Olímpico, “casa” de Totti e De Rossi. Este último poderia ser o melhor volante do mundo, não fosse essa sua limitação psicológica. Com ela, será um herdeiro de Totti no bem e no mal.

Estando com um gol de vantagem, depois do pênalti convertido por Totti, a Roma “grande” não poderia deixar o resultado virar. Como disse o Gian Oddi no seu blog, Totti e De Rossi não têm nervos para resgatar situações perdidas (vide derby com a Lazio). O limite romanista não é técnico. É mental.

Ainda há chances para a Roma? Creio que sim, mas se eu fosse romanista, estaria pessimista. A Inter ganhou de Mourinho uma coisa além de contratações excelentes: fibra. O time interista, exceção feita à Sneijder ( e talvez Pandev) não tem jogadores fora de série. Só que aprendeu a decidir mesmo estando em desvantagem. Por isso, creio que a monotonia dos sucessos interistas deve se espalhar pela Europa. E a Roma poderá se contentar com um troféu sem graça: a Copa Itália. Se tiver sorte.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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