Espertos e otários

A notícia de que a projeção do  custo dos estádios já subiu mais de R$700 milhões em um ano delineou novas categorias de pessoas. Agora existem os inteligentes, os medianos, os limitados, os burros e os brasileiros.

Há um discuros vigente na mídia. O discurso de que precisamos fiscalizar o processo. É uma falácia interesseira. A mídia, e boa parte dos subservientes jornalistas que trabalham na maioria das emissoras, quer a Copa porque isso representará dinheiro. Esse dinheiro será legítimo, mas o evento será um descalabro para os cofres públicos, que serão assaltados por gente torpe, vil e sórdida, que não fica nada a dever em perfídia e mau-caratismo a traficantes e assassinos.

Acompanho a questão do estádio em São Paulo com pesar. Acho que o teremos mais um estádio público em São Paulo em menos de três anos. Um estádio numa cidade que tem três estádios de grande porte e um médio, sendo que nenhum deles tem capacidade esgotada de média de público. Quem vai pagar este estádio, um monumento a tudo de pior que existe no brasileiro, seremos eu, os senhores que me lêem e os que não lêem também.

O presidente Lula e seus pares em outras esferas não farão nada para impedir esse assalto, porque lucrarão politicamente com ele. Ferrem-se os mortos do Rio de Janeiro e São Paulo, ferre-se a educação patética, que faz com que grande parte dos alunos das faculdades chegue às mesmas no semi-analfabetismo funcional, ferre-se que ladrões contumazes figuram como os principais líderes políticos do Brasil desde bem antes da ditadura.

Sinceramente, desabafo. Discutir futebol brasileiro e/ou Brasil é absolutamente desanimador e por (muitas) vezes, cogito parar de falar do assunto definitivamente.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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