Numa entrevista hoje na Gazzetta Dello Sport, o presidente da Fiorentina, Diego Della Valle, botou pressão no técnico [wikipedia]Cesare Prandelli[/wikipedia]. “Que ele diga à torcida que não vai para a Juventus. É o que a torcida quer no ovo de páscoa”, disse o cartola. Palavras miradas. Della Valle sabe que Prandelli negocia com a Juventus e quer jogar a pressão para o técnico, cujo contrato acaba em 2011.
O real motivo da saída de Prandelli será Pantaleo Corvino, dg da Fiorentina. Corvino opera o time segundo a estratégica financeira de Della Valle – o que faz todo sentido. Para ele, o técnico deve manejar o time com o elenco dado e não atrapalhar as estratégias de mercado. Também conta o fato que Corvino e Della Valle têm ciúmes de Prandelli levar todo o crédito pelo time da Fiorentina. Prandelli, por sua vez, não quer mais aceitar a decisão de mercado feita à sua revelia. Ele quer mais poder para comprar os nomes que quer, algo que não terá na Fiorentina e pronto.
Justiça a Corvino e Della Valle, é bem verdade que sem o investimento da Fiorentina, dificilmente Prandelli teria chegado à Liga dos Campeões. Mas também justiça seja feita a Prandelli, o entra-e-sai de jogadores manejado por Corvino impede a criação de um time. Em Verona e Parma, Prandelli teve tempo para montar os jovens como queria, mas Florença tem uma aspiração histórica de grandeza.
Tamanhas diferenças de filosofia devem levar Prandelli quase que com certeza para longe da Fiorentina. Os jornais de hoje no Brasil falam em Dunga para o banco da “Viola”, mas o nome que está sendo tratado é o de Massimiliano Allegri, do Cagliari. Marco Giampaolo, que começou a temporada no Siena, também tem chances. Prandelli prefere assumir a Juventus à seleção italiana – outra possibilidade aberta a ele. Ele sabe que na Juve, clube onde jogou de 1979 a 1985, teria um clube grande, dinheiro e peso na camisa para conquistar títulos e ascender à categoria de “Grande”. Só não sabe se haveria paciência em Turim, algo fundamental num clube que passará pela reformulação mais profunda neste século.