Amor eterno

Quando os santistas comemoraram o retorno de Robinho à Vila, celebraram o amor do camisa 7 pelo clube e seu apego às raízes. Agora, o primeiro atraso de salário causaria uma indisposição do jogador com o clube e até uma “greve”, negada por ambos.Robinho não está errado em exigir o salário que foi combinado. Se o Santos aceitou pagar a ele R$1 milhão por mês, tem que pagar. Se isso é uma burrice ou irresponsabilidade, é outro departamento. O que Robinho faz de condenável – e diga-se, 99% dos jogadores também – é de declarar amor a esse ou aquele clube enquanto atrela sua disponibilidade a dinheiro. Se a paixão influenciasse, Robinho jogaria de graça ou faria descontos astronômicos. Isso não é obrigação dele, mas amor assalariado não existe. Ou melhor: existe para os ingênuos que querem acreditar nele.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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