O próximo técnico do Flamengo

O Olympiacos demitiu hoje o brasileiro Zico. O ex-meia do Flamengo foi um dos grandes ídolos da minha infância. Não sou flamenguista, mas esra impossível não ser fã do time de Zico. Apesar de uma carreira frustrante em termos de títulos na Seleção Brasileira, Zico foi o grande craque dos anos 80 e tivesse sido um pouco mais astuto e não tivesse sido vítima da sede de sangue de um zagueiro açougueiro, poderia sim ter feito frente a Maradona.

Como técnico, contudo, Zico é uma sombra, um técnico de terceira. Ou pelo menos foi isso que conseguiu mostrar até agora. Seus times não têm padrão de jogo e a defesa deles é invariavelmente um “vamos que vamos”. Seu fracasso no Olympiacos sentencia sua carreira internacional, a menos que ele a reconstrua começando num clube menor do exterior, formando times e assim subindo gradativamente – nada que um ex-craque costume fazer.

ho muito mais provável um futuro dele no Flamengo. Andrade é um cara bonachão, mas não resistirá à pressão da expectativa – ou se o fizer, se habilitará como um dos grandes técnicos do Brasil. O Flamengo deste ano terá de vencer tudo para que o ex-colega de Zico não seja destituido após o primeiro fracasso relevante. E daí, Zico, que certamente já é um cara rico (depois de contratos milionários no Uzbequistão, Turquia, Rússia e Grécia), poderá ver com bons olhos uma passagem no clube que é capaz de devolver a ele uma ascendente na sua carreira de treinador. Zico é deus na Gávea e não haveria alguém macho o suficiente lá para falar contra uma chegada sua ao clube. Um grande trabalho no Fla daria a Zico uma aura mítica renovada; um fracasso, relegaria-o a clubes no Oriente Médio e Japão ad infinitum.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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