E a Série A começa pelo Napoli

E a Série A 200809 já começou. A apresentação do Napoli, que se prepara na a disputa da última edição da Copa Intertoto, inicia a atenção para os participantes do próximo campeonato italiano. E esse Napoli fez bem no mercado?

Primeiro, vamos à questão da Intertoto: o clube partenopeu tem grandíssimas chances de conseguir mesmo a sua vaga na Uefa através da competição. O ponto é que o time definitivamente setirá a estafa física no final da temporada. Se estiver numa posição confortável, tudo bem, mas o mais provável é que o início de preparação adiantado cobre o seu preço.

Sobre o elenco: seim, o clube fez boas contratações. Rinaudo (D, Palermo), Maggio (D, Sampdoria), Denis (A, Independiente-ITA), Bucchi (A, Bologna), Piá (A, Catania), Amodio (M, Mantova) deixam o elenco campano mais forte, especialmente na frente, mas a dúvida paira sobre a capacidade do técnico Edy Reja de trabalhar com um módulo diferente do 3-5-2 estático da última temporada.

O clube teve um saldo negativo de três gols na temporada passada, fazendo 50 e sofrendo 53. Rinaudo e Maggio são opções boas para que o treinador possa fazer uma defesa com quatro jogadores, mas consistente e fixa. Mas será que Reja vai mudar seu esquema?

Outra alteração na qual o clube parece apostar é a no uso de um centroavante mais pesado na área oposta. Germán Denis, contratado junto ao Independiente-ARG, não é um craque mas dará ao Napoli a referência que não teva nas duas últimas temporadas. É uma aposta perigosa: Denis não tem o perfil de um jogador que se adapta a qualquer time e campeonato.

O adversário do Napoli sairá do vencedor entre OFK Belgrado-SER e Panionios-GRE. É uma parada impossível? Não. Só que nos 15 dias de treinos, certamente o elenco ainda estará longe de sua melhor forma física. Homens-chave para uma boa performance: o central Paolo Cannavaro, o mediano Hamsik e o atacante Denis.

Terceira Divisão se enxuga para sobreviver

Até ontem era Série C. Na verdade, Séries C1 e C2. Mas o planejamento é a palavra da vez e a exemplo das divisões inferiores da Inglaterra, o ‘branding’ fez com que a terceira divisão passasse a se chamar Lega Pro – a idéia é fazer com que o torneio não se “desvalorize”. Planejamento.

Mas a Lega Pro não quer ficar só na mudança de nome. Para se acabar com o déficit, não adianta mudar de roupa. A saída é, como sempre, cortar na carne. Como? Limitando a quantidade de jogadores que cada elenco pode passar a ter. A proposta da Lega Pro é que na primeira divisão os times só possam ter 18 jogadores com mais de 21 anos e na segunda, somente 15.

A idéia é polêmica e tem oposição principalmente do sindicato de jogadores, que vê na medida um fator que aumentará o desemprego entre os jogadores. “Não entendo porque devemos tomar outro caminho”, disse o presidente da Lega Pro, Mario Macalli. “È o interesse dos 90 clubes participantes que eu tenho de resguardar”.

A lógica é simples: sem poder contratar jogadores mais experientes, os times pequenos teriam obrigatoriamente de buscar novos talentos. “Não tenho nada contra os jogadores veteranos, mas temos de preservar os clubes. Se eles fecharem, todo mundo perde”, disse Maccali, à Gazzetta Dello Sport.

As estimativas são de que cerca de 300 jogadores devem ficar sem emprego, entre aqueles hoje com clube. “Os que não encontrarão colocação são os que não têm condição técnica. Os bons jogadores sempre terão espaço. Não temos obrigação de ficar fazendo assistência social. Assisti à final dos juvenis entre Pro Sesto e Pescara e aqueles meninos poderiam tranquilamente jogar na Série B”, afirmou.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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