Li nesta manhã que o livro “Educação, esporte e valores olímpicos”, da professora Katia Rubio está sofrendo ameaça do Comitê Olímpico Brasileiro por conter a palavra “olímpicos” no título. O COB ameaça a professora de censura.
Passei a manhã tentando achar uma palavra para descrever o quanto essa entidade é parasitária, mas não consegui. Os adjetivos mais virulentos me pareceram todos suaves.
A professora Katia é a pesquisadora envolvida com esporte mais importante que eu conheci como jornalista e como aluno da Universidade de São Paulo (sim, apesar do livro do Paulo Vinicius Coelho dizer que me formei na FMU, eu tenho orgulho de ter estudado na USP). A maioria dos “acadêmicos” do assunto (e de outros) são grandes enroladores, que vivem às custas da universidade e produzem pouco para a universidade e quase nada para a sociedade – assim como na maioria dos outros departamentos. A energia e dedicação dos professores como a professora Katia é que transformam a USP no pólo acadêmico que é. Esses professores heróicos carregam dezenas de rêmoras nas costas, que entram na universidade através de favores. E certamente, essas rêmoras se aproximam muito mais do COB do que a professora. Muito mais.
Essa entidade, o COB, cuja utilidade para o país é nula, que tem no currículo um fracasso épico em termos de massificação do esporte e que a única vitória foi conseguir para o Brasil a sede de uma Olimpíada não é adjetivável com precisão. 90% os atletas precisam matar um leão por dia simplesmente para competir – o que dirá ganhar medalhas. O COB quer censurar o trabalho de um expoente da seriedade no esporte brasileiro – que é amador até a medula – por mesquinharia, incompetência e afins.
Existe uma denominação para o COB que seja publicável? Não creio. Não celebrei a vitória do Rio 2016 por saber que são pessoas como os atuais diretores do COB que gerenciarão o processo. É absolutamente impossível que não haja nada de lamentável daqui até 2016. Uma coisa é certa: o Brasil de então, será uma potência olímpica – no confronto com Chade, Bolívia e Ilhas Cayman. Assim como é hoje.