PSG: com Neymar, sem Neymar – qual a diferença?

As ligas nacionais europeias 2019/2020 estão se iniciando, a Ligue 1 francesa já vai para sua terceira rodada. Mas você pouco viu a respeito do Paris Saint-Germain, excetuando-se menções sobre Neymar nas manchetes de transferências. Respondemos de imediato o título do texto: em campo, para o atual PSG, ter Neymar ou não é indiferente.

Com duas rodadas de Ligue 1 a equipe do treinador Thomas Tuchel elenca uma vitória (3×0 sobre o Nimes) e uma derrota imposta pelo Rennes (2×1), no último domingo. Neymar treina em separado e não vamos considerá-lo aqui, até porque o investimento feito no brasileiro resultou em ausências do mesmo em dois mata-matas consecutivos de Champions League, desde que ele chegou a Paris (França) na metade de 2017.

Como afirmamos aqui no 90 Minutos durante a temporada 2018/2019 em várias ocasiões, Tuchel deu padrão de jogo ao seu PSG e o título da Ligue 1 18/19, obtido com cinco rodadas de antecedência, foi descrito como “pouca coisa” pela imprensa brasileira, então pró-Neymar em véspera da Copa América que ele Neymar, não disputou pela seleção brasileira.

Com Neymar “na geladeira” por vontade própria ou deixando o clube, Tuchel tem um ambiente diferente no clube. Nos vestiários a “panela” brasileira diminuiu (Daniel Alves também deixou o clube) e no administrativo, o brasileiro Leonardo Nascimento reassumiu a direção esportiva, substituindo o português Antero Henrique.

Ao deixar a diretoria do italiano Milan pela segunda vez ao fim da última temporada, Leonardo não deixou saudades num clube tradicional em baixa. Entretanto, Leonardo é alguém minimamente identificado no PSG como atleta e como dirigente. A era xeique Nasser Al-Khelaifi iniciou-se com ele Leonardo, no comando da direção de futebol, entre 2011 e 2013.

Em campo

Desde a primeira rodada da Ligue 1 Thomas Tuchel tem força máxima a disposição. A derrota para o Rennes foi acidente de percurso, levando em consideração a dimensão que o embate PSG x Rennes ganhou da reta final da última temporada para cá. As equipes se enfrentaram na final da Coupe de France com êxito rubro-negro e na recente disputa do Tropheé des Champions 2019 (ou supercopa francesa), com êxito parisiense.

O nível de rivalidade tornou-se diferenciado, com um Rennes que realizou excelente temporada 18/19. O título da Coupe de France não foi surpresa. Ao passo que todos os times franceses estavam eliminados da Champions League, o Rennes foi o francês mais longínquo no mata-mata da Europa League. Os rubro negros foram eliminados nas oitavas de final pelo finalista vencido, o Arsenal.

Voltando ao PSG, a exemplo de quando chegou no começo da última temporada, Tuchel ordenou contratações discretas e pontuais: o zagueiro francês Abdou Dialló (ex-Borussia Dortmund) e o meia espanhol (predominância pelo lado de campo) Pablo Sarabia (ex-Sevilla). Juntos ambos oneraram os cofres do clube em cerca de 72 milhões de euros, valor baixo para os padrões do xeique Nasser.

A melhor contratação disparada foi a de Dialló, de 23 anos e convocações para as seleções de base da França. O defensor foi destaque do Dortmund vice-campeão alemão 18/19, comandado pelo técnico suíço Lucien Favre. Com predominância pelo lado esquerdo da defesa, Dialló disputou 38 jogos pelo Dortmund na última temporada (1 gol).

É verdade que os dois gols impostos pelo Rennes no último domingo, surgiram a partir do setor esquerdo da defesa do PSG. Em todo caso, uma peça nova demandará algumas rodadas para obter maior entrosamento. Dialló chega em detrimento da idade avançada do brasileiro Thiago Silva (34 anos), ainda titular. Com Kimpembe sobressalente, o miolo de zaga era um setor que clamava por novas peças, uma vez que Marquinhos é para Tuchel, primeiro homem de meio-campo.

Nos confrontos pelas primeiras duas rodadas da Ligue 1, Tuchel dispôs o PSG em 4-3-3. O meio-campo tem Marquinhos ao centro, com Julian Draxler (direita) e Marco Verratti (esquerda) ao redor do brasileiro. Sarabia está sendo utilizado pelo flanco direito, setor que também pode ser ocupado por Angel Di María. Com M’bappé no flanco esquerdo desde a pré-temporada, Tuchel parece não se importar com a “questão Neymar”.

Claro que a disputa da Ligue 1 é apenas parte da trilha. O PSG aguarda as definições de sorteios da Champions League, as quais se revelarão nas próximas semanas.

Imagem de M’bappé (a direita) livrando-se de marcador do Rennes: Reuters

Confira os melhores momentos de Rennes 2×1 PSG

Sortie de but

– O uruguaio Edinson Cavani já tem 2 gols em duas rodadas da Ligue 1. Cogitou-se saída do atleta nesta janela de transferências, algo que não deve acontecer. O vínculo de Cavani com PSG expira em junho de 2020. Em janeiro próximo o jogador já pode assinar pré-contratos e deve deixar o clube parisiense sem custos. Negociando-o agora o PSG poderia obter algum valor compensatório.

– O nome de Ousmane Dembélé, campeão mundial com a França em 2018, é mencionado como moeda de troca em quase todas as notas que enfocam a saída de Neymar do PSG, com possível destino de volta para o Barcelona. Na França a imprensa dá como real o interesse do PSG no atacante francês do clube blaugrena. No entanto, seu agente Moussa Sissoko (não confundir com o jogador do Tottenham), negou de forma veemente qualquer desejo de Dembélé em deixar a Catalunha.

– Na oitava colocação da tabela da Ligue 1 com 3 pontos o PSG vê Lyon, Nice e o próprio Rennes nos três primeiros postos, os três com mesmos 6 pontos, mais colocações definidas nos critérios de desempate. O Lyon lidera com saldo de 9 gols marcados após vitórias sobre Monaco (3×0) e Angers (6×0).

– Para ler sobre o início de temporada do Monaco, clique aqui!

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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