Na última quarta-feira 29/05 os ingleses Chelsea e Arsenal decidiram a final da Europa League 18/19, com os blues londrinos conseguindo vitória maiúscula por 4×1 sobre os rivais gunners. O confronto aconteceu em Baku no Azerbaijão.
A vitória deu ao Chelsea sua segunda Europa League, valendo lembrar que a equipe obteve o título da edição 12/13 do torneio. A nova conquista representa o terceiro título europeu dos blues, somando-se a Champions League obtida na temporada 2011/2012.
CHELSEA
Sob pressão o técnico italiano Maurizio Sarri alinhou inicialmente Kepa, Azpilicueta, Christensen, David Luiz e Emerson. Jorginho, Kanté e Kovacić. Pedro, Giroud e Hazard. O desenho tático variou módulos convencionais de 4-3-3 e 4-2-3-1 neste com Giroud mais adiantado como referência.
Após primeiro tempo equilibrado o Chelsea colocou-se mais a frente desde o início da segunda etapa. Giroud abriu o placar no minuto 49, após cruzamento não muito pretensioso da esquerda realizado pelo brasileiro Emerson. O lateral cruzou e o atacante francês completou de cabeça.
O setor direito do Arsenal seguiu dando espaços. Kovacić iniciou jogada passando para Hazard da esquerda, tocar para o centro da área adversária onde Pedro fez 2×0 no minuto 59. Quatro minutos depois, Giroud sofreu pênalti após receber bola oriunda de jogada entre Pedro/Hazard dentro da área gunner.
Hazard cobrou a penalidade e fez 3×0. O Chelsea sofreu o gol do Arsenal no minuto 69, em tiro indefensável de Iwobi. Três minutos depois Hazard recuperou bola e passou para Giroud enquanto ele Hazard invadia a área gunner. Giroud devolveu para Hazard que deu números finais a partida fazendo o 4×1.
Da parte do homem do jogo
Apesar dos dois gols de Eden Hazard, Olivier Giroud foi o grande destaque da final, participando de forma efetiva de três dos quatro gols anotados. O francês anotou o primeiro, sofreu o pênalti que originou o terceiro e deu assistência para o quarto gol.

Com 11 gols no torneio Giroud terminou como artilheiro da EL 18/19. O atacante ainda concedeu 5 assistências em 14 aparições nesta edição da competição. Giroud só não foi relacionado no compromisso da fase de grupos contra o húngaro Vidi disputado em Londres (Inglaterra).
O computo total da temporada de Giroud pelo Chelsea totaliza 45 partidas, 13 gols e 10 assistências (dados Transfermarkt). O atacante ainda obteve o título da EL sobre o Arsenal, equipe pela qual atuou até início de 2018, sendo um ídolo da história recente dos gunners.
Da parte do treinador vitorioso
Dado poder financeiro o Chelsea teve condições de manter dois 11 iniciais paralelos, um utilizado na Premier League e outro exclusivo para a EL. Giroud e Cesc Fàbregas por exemplo estavam sendo utilizados quase que exclusivamente na EL, valendo lembrar que Fàbregas (Monaco) deixou o clube em janeiro.
Com certeza há também aspecto mental diferenciado mostrado por atletas campeões como Giroud e Kanté (campeões mundiais 2018 com a França), Pedro (tricampeão de Champions League com o Barcelona) e Hazard que foi campeão da EL com o Chelsea na edição 12/13. Eles fizeram a diferença.

Entretanto a formação usada na final não é tão diferente do alinhamento inicial utilizado por Sarri contra o Arsenal na rodada 23 (19 de janeiro) da Premier League 18/19. Na ocasião os blues foram derrotados por 2×0. Sarri já se via sob pressão. Não utilizou Giroud na ocasião e via-se em tolo júbilo por ter recebido o atacante argentino Higuaín, que pouco fez desde que chegou.
De alguma forma Sarri soube fazer o óbvio na decisão da EL. Optou por dois laterais habituados a função (Azpilicueta/Emerson) com uma linha de quatro defensores convencional, sacando Marco Alonso da lateral-esquerda. Extremamente ofensivo, era Alonso quem desequilibrava o sistema defensivo, sobrecarregando Jorginho centralizado.
À frente a utilização de Giroud, um centroavante de área físico, como referência devolveu a Hazard possibilidade de atuar mais pelos flancos. Com Alonso pelo lado esquerdo Sarri não tinha outra alternativa a não ser deixar um atacante de área no banco para manter Hazard no time titular.
ARSENAL
Tricampeão da Europa League pelo Sevilla, o técnico Unai Emery propôs formação titular com Cech, Sokratis, Koscielny e Nacho Monreal. Maitland-Niles, Torreira, Xhaka e Kolasinac. Özil, Lacazette e Aubameyang. A formação variava 3-4-1-2 e 4-4-2 convencional.
Durante a primeira etapa o embate foi até equilibrado com o Arsenal conseguindo oportunidades em jogadas pelos flancos, as quais não tinham efetividade à frente quando a bola chegava a área adversária. A dupla de ataque Lacazette/Aubameyang se mostrava minimamente participativa.
O gol dos gunners saiu no minuto 69 após belo tiro de longa distância de Alex Iwobi. A equipe porém já perdia por 3×1. Iwobi substituiu o uruguaio Torreira e precisou de dois minutos em campo para obter um gol.
Segundo as estatísticas do jornal The Guardian o Arsenal criou 14 ocasiões de gol (uma a mais que o adversário), das quais 7 foram de fato em gol. A equipe gunner ostentou 42% da posse de bola em 90 minutos.
Dos motivos para a derrota
Muito se falou sobre a impossibilidade de relacionar o meia armênio Henrik Mkhitaryan (não recebeu visto de entrada no país), que poderia ter sido titular. Por outro lado, o Arsenal sofreu é com as ausências dos lesionados Hector Bellerin (lateral-direito) e Aaron Ramsey (meia).
Bellerin sofreu lesão no joelho esquerdo em janeiro. O atleta vinha fazendo excelente temporada. Recuperando-se de lesão muscular sofrida em abril, Ramsey por sua vez era titular absoluto na função de homem de ligação entre meio-campo/ataque. Possibilitava por exemplo formação em 4-3-1-2 (ele Ramsey como “1”) forma com a qual Unai Emery obteve triunfo sobre o Chelsea, na citada ocasião da rodada 23 da Premier League. Bellerin lesionou-se exatamente naquela partida.
Sem Ramsey para o compromisso em Baku Unai Emery recorreu ao alemão Mesut Özil, que deixou claro o porque de não ter sido tão efetivo na última temporada. Özil contabilizou apenas 35 aparições na temporada 18/19. Na final da EL Özil esteve em campo por 77 minutos.
Imagem de Giroud e Hazard cercados por adversários do Chelsea: Reuters