Na última quarta-feira tivemos o confronto de volta entre Ajax e Tottenham Hotspur, válido pelas semifinais da Champions League. A partida trouxe momentos imprevisíveis que culminaram na merecida classificação do Tottenham. A equipe londrina será finalista de UCL pela primeira vez no dia 01 de junho.
O tetracampeão europeu Ajax detinha vantagem de um gol de diferença obtido na partida de ida realizada em Londres (Inglaterra). Conseguiu abrir 2×0 dentro da Johan Cruiyff Arena (Amsterdã/Holanda) mas acabou honrosamente derrotado.
Ajax
O técnico Erik ten Hag alinhou equipe titular com Onana, Mazraoui, de Ligt, Daley Blind e Tagliafico. Schöne, Frenke de Jong. Ziyech, Van de Beek e Tadić. Kasper Dolberg. O desenho tático podia se alternar entre o 4-2-3-1 e o 4-3-3.
Em relação a partida de ida, Hag optou por não utilizar o brasileiro David Neres, que nem foi relacionado. O dinamarquês Kasper Dolberg surgiu no alinhamento inicial, a princípio como referência na área. O sérvio Tadić acabou deslocado pelo flanco esquerdo.
O Ajax detinha vantagem de um gol e buscou amplia-la valendo-se do brilho individual do defensor Matthijs de Ligt, que abriu o placar com gol de cabeça no minuto 5, além do tiro indefensável do marroquino Ziyech 30 minutos depois. Era o que faltava após o time ter deixado sobressair um excelente trabalho de conjunto.
A equipe propôs jogo e em momento algum optou por apenas se defender, mesmo com vantagem ampla. Na segunda etapa a baixa faixa etária talvez tenha deposto contra a equipe holandesa. Nos lances de pelo menos dois gols do adversário, insistiu em manter a linha defensiva adiantada, custando a eliminação.
Segundo as estatísticas apuradas pelo jornal inglês The Guardian, o Ajax criou 14 ocasiões de gol, das quais 9 foram em gol (2 efetivas).
Tottenham
O técnico Maurício Pochettino alinhou inicialmente os spurs com Lloris, Trippier, Alderweireld, Vertonghen e Danny Rose. Moussa Sissoko, Wanyama. Eriksen, Dele Alli e Son Heung-Min. Lucas Moura. A princípio o desenho tático era um 4-2-3-1.
Pochettino percebeu que a opção com três zagueiros do alinhamento inicial da partida de ida foi equivocado. Na ocasião o técnico perdeu o zagueiro Vertonghen por lesão no fim da 1ª etapa. Substituiu-o por Sissoko (meio-campo) mantendo o miolo de zaga com apenas dois zagueiros.
A equipe já perdia por 1×0, mas com a defesa alinhada com dois laterais e dois zagueiros mais Sissoko na cabeça de área, controlar as ações do Ajax se tornou algo menos complexo. O time não sofreu mais gols.
Voltando ao confronto de Amsterdã, pode-se dizer que não aconteceram falhas da defesa dos spurs, nos lances dos dois gols do Ajax. Os tentos foram méritos dos seus autores que precisaram de 35 minutos para se colocarem em vantagem.
Ainda sem o atacante Harry Kane lesionado, o Tottenham continuou padecendo da falta de precisão nas finalizações. O ataque mostrou mais mobilidade com o sul-coreano Son, por sua vez suspenso na partida de ida. Tinha-se Son/Eriksen pelos flancos com Dele Alli centralizado, mais Lucas Moura como referência na área. Porém finalizar “na primeira bola”, em tiros francos, não era o melhor a ser feito.
Apesar da emoção alardeada ao fim do jogo, Pochettino propôs mudança cerebral (e mais uma vez nada covarde) sim, ao retornar do intervalo. Tirou Wanyama para colocar o centroavante Llorente. Era possível desenho em 4-1-4-1, com Llorente e Lucas se alternando na área adversária. Fez toda a diferença. A ordem parecia ser de finalizar “na segunda bola”.
Llorente passou a atrair os marcadores, abrindo espaços para os companheiros que vinham de trás. A obrigação de finalizar não era dele. No minuto 55 o Tottenham chegou ao primeiro gol anotado por Lucas, após jogada em velocidade entre ele e Dele Alli, pegando a defesa holandesa em recomposição.
Os spurs mantiveram pressão ofensiva. No minuto 58 Trippier surgiu pelo flanco direito, dentro da área holandesa e cruzou para Llorente. Após defesa miraculosa de Onana, Lucas recuperou a bola na pequena área adversária, livrou-se dos marcadores e fora da pequena área finalizou empatando para os spurs.
No minuto 96, já nos acréscimos, Lucas trouxe o gol da vitória dos spurs após bola longa oriunda do campo de defesa dos londrinos, à frente escorada por Llorente. O ataque do Tottenham mais uma vez se aproveitou da linha adiantada da defesa do Ajax, com seus defensores em movimento de recomposição.
Segundo as estatísticas do The Guardian o Tottenham não se omitiu. Os spurs obtiveram 20 ocasiões de gol (6 a mais que o adversário), das quais 11 foram em gol (3 efetivas).
Foto de Lucas entre os defensores do Ajax: Dylan Martinez/Reuters