Na última quarta-feira o Olympique Marselha apresentou oficialmente o italiano Mario Balotelli. O atacante rescindiu seu contrato com o Nice, tendo assinado vínculo de apenas seis meses com o clube marselhês. A transação aconteceu sem custos para a equipe da cidade de Marselha.
Uma aproximação entre Balotelli e OM era mencionada na França desde o último verão, antes do início da presente temporada começar. Em parte a possível saída do italiano aparentava indício de mudança de mentalidade dentro do Nice, uma vez que o antigo ídolo francês Patrick Vieira foi contratado para o cargo de treinador do clube rubro-negro.
Hoje com 28 anos Balotelli chegou ao Nice no verão de 2016 em baixa, após má passagem pelo inglês Liverpool. Em dois anos e meio o atleta disputou 76 partidas pela equipe rubro-negra da França anotando 43 gols (4 assistências), números que não são ruins. À época da aquisição de Balotelli, o Nice vivia expectativas de disputas de copas europeias.
O início da temporada 16/17 realizada pelo Nice surpreendeu com a equipe elencando as primeiras oito rodadas da Ligue 1 sem derrotas. Apesar de ter sofrido problemas físicos, Balotelli disputou 28 jogos e anotou 17 gols. Aquela temporada foi atípica, a primeira do PSG após a saída de Ibrahimović e primeira com o técnico Unai Emery.
A edição 16/17 da Ligue 1 acabou conquistada pelo Monaco com o Nice obtendo a terceira colocação e vaga para playoff da Champions League da temporada seguinte. Na temporada subsequente o Nice obteve apenas o oitavo lugar da Ligue 1, mas Balotelli não fez má campanha tendo disputado 38 partidas (26 gols).
Num clube pouco midiático Balotelli não sofreu com jornalismo sensacionalista, que o afligia na Inglaterra (onde jogou por Manchester City além do Liverpool). E com a seleção italiana em fase confusa (que culminou em ausência no Mundial 2018), o jogador viu-se exilado da squadra azzurra tendo apenas o Nice por prioridade.
Voltando à presente temporada, Balotelli esteve em campo sob comando de Vieira em 10 partidas. Concedeu 1 assistência e não anotou nenhum gol. O jogador não vinha sendo relacionado e não entra em campo desde a metade de dezembro. A saída do Nice parecia certa.
Entretanto apesar da adaptação instantânea de Balotelli à França, o Olympique Marselha não necessita exatamente de um atacante.
Os reais problemas em Marselha
De 25 de outubro de 2018 (derrota para Lazio pela Europa League) até 16 de janeiro de 2019 (derrota para St. Étienne pela Ligue 1), o OM elencou 15 partidas (somados compromissos de EL, Ligue 1 e copas francesas) das quais obteve apenas duas vitórias.
Após vitórias sobre Dijon e Amiens em duas rodadas seguidas da Ligue 1 em novembro, a equipe de Rudi García disputou 9 partidas tendo perdido seis confrontos (empatou três). A sequência horrível de 9 jogos sem vitórias cessou na última rodada da Ligue 1, no último fim de semana, com êxito suado sobre o Caen pelo placar mínimo.
Mencionamos anteriormente aqui no 90 Minutos as turbulências pelas quais Rudi García passou na virada ano de 2018 para 2019, assim como observamos que as ideias do treinador para a presente temporada não eram irracionais, no que diz respeito a aspecto tático e adequações para o holandês Kevin Strootman poder atuar.
Por outro lado o Olympique Marselha se vê desclassificado de todos os torneios que tinha para a temporada 18/19, à exceção da Ligue 1, onde se vê na 7ª colocação (31 pontos). São constatações ruins para uma equipe que pretendia algo mais na Europa League (da qual foi eliminada na fase de grupos), torneio em que ainda é a atual vice-campeã.
Tal qual também mencionamos antes, as necessidades do OM no que diz respeito a plantel, clamam por preferência a aquisição de zagueiros, dadas as idades avançadas de Rami e Rolando, que sofreram problemas físicos na reta inicial desta temporada. Não ter o miolo de zaga confiável foi fator preponderante para os resultados ruins obtidos. Pautando-nos apenas pelos números da Ligue 1, o OM ainda mantém equilíbrio indesejável entre o número de gols marcados (33), perante o número de gols sofridos (29).
Balotelli não é um mau negócio, uma vez que não repetiu no futebol francês seu histórico de problemas extra-campo que sempre o acompanharam. Mais além chegou ao Vélodrome a custo zero. Mas mediante o contexto, sua aquisição soa mais como qualquer tipo de satisfação à torcida irritada do que acurácia de mercado.
A presença do atacante que voltou a ser convocado para a seleção da Itália no pós-copa 2018 (atual técnico da azzurra Roberto Mancini foi quem o lançou no time principal da Internazionale), ainda cria problemas de concorrência para os outros atacantes de área do elenco marselhês (Germain, Mitroglou, N’Jie).
Olympique Marselha volta a campo pela rodada 22 da Ligue 1 nesta sexta-feira, para partida contra o vice-líder Lille às 17:45 hr.
Imagem de Balotelli: site oficial do OM
Sortie de but
– A virada de ano turbulenta obrigou o proprietário do OM Frank McCourt a deslocar-se dos EUA para a França, para acompanhar o dia a dia do clube marselhês. McCourt deverá estar presente na partida contra o Lille.
– Rudi García sinalizou que não deve promover a estréia de Balotelli no confronto desta sexta-feira. Ao menos ainda não no time titular. O OM tem 20 partidas de 21 que já deveriam ter sido disputadas, valendo lembrar os jogos cancelados das rodadas 17 e 18, em virtude dos protestos políticos que ocorreram na França entre novembro/dezembro.
– Este meio de semana trouxe jogos das oitavas de final da Coupe de France. Dentre os times mais tradicionais Lille, Rennes, PSG e Lyon estão classificados para as quartas de final. A rodada ainda não fechou pois o Nantes teve seu compromisso contra o Saint Gratien remarcado para este domingo 27/01.

– O adiamento do confronto ocorreu em virtude do desaparecimento do avião que transportava o atacante argentino Emiliano Sala. O jogador viajava para as Ilhas Britânicas, para acertar os últimos detalhes da sua transferência do Nantes para o galês Cardiff, que disputa a Premier League inglesa.