Na última terça-feira Chelsea e Barcelona fizeram partida de ida das oitavas de final da Champions League, em Londres (Inglaterra). O confronto disputadíssimo em campo, acabou empatado em 1×1, resultado que dá ao Barça vantagem do empate sem gols, no jogo de volta no Camp Nou.
O duelo Chelsea x Barça é o mais significativo destas oitavas de final, pela representatividade tradicional (6 títulos de UCL reunidos), pela rivalidade (os times se enfrentaram muitas vezes no torneio nos últimos anos). E obviamente pelo aspecto técnico.
Chelsea
O treinador italiano Antonio Conte alinhou o time titular com Courtois, Azpilicueta, Christansen e Rüdiger. Moses, Fàbregas, Kanté e Marco Alonso. Willian, Hazard e Pedro. O desenho tático é o que a imprensa inglesa descreveu por 3-4-1-2 ou 3-4-2-1, durante a temporada passada em que os blues sagraram-se campeões ingleses.
Dotado de visão italiana, Conte possibilita postura defensiva com 3 defensores (Azpilicueta/Christansen/Rüdiger), somado a um lateral de origem (Marco Alonso) por uma das extremidades do meio-campo, que dê a opção de alinhar 4 homens na linha de defesa. Mais além há um low playmaker (Fàbregas) dotado de excelência no passe longo.
Durante a primeira etapa viu-se típico jogo italiano, com o Chelsea habituado a entregar a posse de bola ao adversário, deixando o Barcelona controlar as ações. Os atletas blues pareciam orientados a finalizar na “segunda bola”, com os homens de frente carregando ordem de deixar a bola para os meias chutarem em gol, vindo de trás.
Tanto que Conte optou por não utilizar centroavante, tendo um trio ofensivo móvel com Willian/Pedro e Hazard praticamente como segundo atacante. Sintomaticamente o gol blue que abriu o placar no minuto 62, saiu após cobrança curta de escanteio. Willian movimentando-se livremente na cabeça de área culé, finalizou a longa distância. Não fosse o erro de Christansen que ocasionou o gol de empate, teria sido perfeito.
As transmissões no Brasil descreveram um Fàbregas supostamente “sumido” em campo. Os dados oficiais da UEFA apontam o meia espanhol como o “maior passador” do Chelsea na partida. Fàbregas tentou 47 passes e completou 36 (77% de precisão). O meia foi o principal distribuidor de jogadas dos blues (Rüdiger foi o segundo maior com 38 passes).
O Chelsea de Conte lembra o Milan de Carlo Ancelotti, campeão da edição 06/07 da UCL. Fàbregas não é tão diferente de Andrea Pirlo. Kaká atuava adiantado tal qual Hazard como segundo atacante. E a equipe valia-se de chutes em gol à longa distância (Oddo, Gattuso e Seedorf).
Barcelona
Ernesto Valverde mandou a campo alinhamento com ter-Stegen, Sergi, Piqué, Umtiti e Jordi Alba. Busquets, Rakitić, Paulinho e Iniesta. Messi e Luís Suárez. A equipe tradicionalmente se desenha no 4-3-3, mas o Barça de Valverde pode se acomodar num 4-4-2 convencional também.
Os blaugrenas não fizeram partida vistosa, mesmo ostentando 68% de posse de bola. O “ferrolho” de Conte teve seus méritos até o defensor blue Christansen errar. Os culés viram os blues finalizarem 10 vezes (contra 7 – computo total), sendo que em três chutes de Willian, duas foram na trave (durante a primeira etapa) e uma acabou no gol de ter-Stegen.
No gol de Willian, o setor esquerdo da defesa blaugrena deixou o brasileiro finalizar, sem que nenhum culé se apresentasse para dar o primeiro combate. O ato caberia a Jordi Alba que não tem a defesa como virtude, ou a Umtiti. Algo que o agora ex-culé Mascherano, faria muito bem.
O gol de Lionel Messi, primeiro do argentino na carreira contra o Chelsea, saiu após Iniesta se aproveitar de bola longa de segurança passada errada pelo zagueiro Christansen, da esquerda para a direita da defesa blue. Praticamente livre, Iniesta tocou para Messi empatar no minuto 75.
Detendo posse de bola, a configuração blaugrena que seu viu em Londres pode se desenhar em 4-3-3 de duas maneiras. Uma com Iniesta a esquerda (mais Suárez/Messi) e outra com Messi centralizado (Suárez a esquerda e Paulinho a direita). Sem Neymar, Valverde optou por um meia a mais (Paulinho).
O atual Barcelona ainda tem atletas acima da média como Iniesta, Messi e Suárez. É porém mais inseguro e nervoso. Cometeu 13 faltas (contra 17 – computo total) e recebeu 3 cartões amarelos (contra 2 para os blues). Comparado aos times de Guardiola e Luís Enrique, tem-se um Barcelona de “carne e osso”.
Partida de volta
Barcelona e Chelsea farão a partida de volta das oitavas de final da Champions League 2017/2018 no dia 14 de março, na Catalunha (Espanha).
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Imagem de Willian e Iniesta: Eddie Keogh/Reuters