Ligue 1: PSG 1×1 Monaco – o duelo tático

Neste domingo Paris Saint-Germain e Monaco empataram em 1×1, num confronto disputado no Parc des Princes (Paris/França). O clássico valeu pela rodada 22 da Ligue 1 francesa, cujo panorama na tabela acabou se mantendo inalterado.

O Monaco segue líder mas agora devido ao critério de desempate. O time do principado tem 49 pontos, numericamente empatado com o Nice, ainda vice-líder após bater o Guingamp por 3×1. O PSG se manteve na terceira colocação agora ostentando 46 pontos.

Paris Saint-Germain

Tal qual a confirmação na véspera, o treinador Unai Emery promoveu o retorno de Julian Draxler, após uma rodada de desfalque por lesão. Javier Pastore e Marco Verratti de fato, não foram relacionados. O alinhamento inicial teve Trapp, Meunier, Marquinhos, Thiago Silva e Kurzawa. Thiago Motta, Rabiot e Matuidi. Lucas, Cavani e Draxler.

O desenho tático varia o 4-3-3 e o 3-4-3, quando a equipe mantém a posse de bola. Draxler foi fixado na faixa esquerda de campo em detrimento de Angel Di María, agora opção no banco. O PSG não joga com meias centralizados, o que pode acontecer se Verratti voltar de lesão (Adrién Rabiot não é o titular absoluto).

Emery abdicou desta possibilidade que pode ser oferecida também por Draxler. Na prática os laterais Meunier/Kurzawa avançam muito e T. Motta tem um papel fundamental, postando-se como primeiro volante a recompor como terceiro homem da defesa, quando a equipe se abre em 3-4-3.

O PSG sofreu com o Monaco lhe entregando a posse de bola. Os parisienses buscavam oportunidades nas bolas longas endereçadas a Edinson Cavani. Aberto pela direita o brasileiro Lucas Moura oferecia boas alternativas e mostrava-se voluntarioso na recomposição e recuperação de bolas.

O gol que abriu o placar saiu apenas aos 81 min. Durante cruzamento para área do Monaco, Djibril Sidibé derrubou Draxler. O árbitro anotou pênalti inquestionável. Cavani cobrou e fez 1×0. O gol de empate sofrido ocorreu nos acréscimos, após tiro de fora da área proporcionado por Bernardo Silva.

O PSG ostentou 54% de posse de bola, obtendo ainda 11 chutes a gol, três a menos que o adversário. Cavani se isolou na artilharia da Ligue 1, agora contabilizando 21 gols.

Monaco

Equipe monagêsca tem incitado alguma curiosidade, uma vez que ostenta no momento a marca impressionante de 65 gols marcados na Ligue 1 francesa. Entretanto a equipe do treinador português Leonardo Jardim tem “pecado por excesso”, apenas contra adversários sabidamente mais frágeis.

O Monaco foi a campo com Subasic, Sidibé, Glik, Jemerson e Mendy. Bernardo Silva, Fabinho, Bakayoko e Lemar. Germain e Falcao Garcia. Jardim optou por uma formação nitidamente mais defensiva, um 4-4-2 convencional que poderia se abrir em 4-2-4, caso o time detivesse a posse de bola.

Jardim escalou quatro defensores natos e adiantou o lateral-direito brasileiro Fabinho, postado como segundo volante. Os atletas que propõem maior verticalidade, João Moutinho e o também brasileiro Gabriel Boschilla iniciaram como opções no banco de reservas. Apenas Moutinho entrou no decorrer do segundo tempo.

Com o jogo pragmático explícito, o Monaco apenas se defendeu ao atuar na casa do adversário. Como afirmado, o PSG só obteve o gol que abriu o placar graças a um pênalti aos 81 min. O empate foi obtido nos acréscimos quando Bernardo Silva, livre pela direita, aproveitou sobra de bola. O meia chutou de fora da área de forma certeira aos 93 min, assinalando o empate monagêsco.

Com apenas 45% da posse de bola, o Monaco mostrou um índice alto de finalizações (14 chutes a gol). Dados segundo o L’Equipe. Por outro lado a equipe vale-se de uma frieza pragmática, diante de adversários mais qualificados. Seu alto índice de gols não é resultado de um jogo vistoso e envolvente, e sim de um calculismo.

A partida foi observada atentamente pelo técnico Pep Guardiola do Manchester City, em pessoa no Parc des Princes. O Monaco enfrentará os citzens nas oitavas de final da Champions League, agora em fevereiro.

Imagem de Bernardo Silva e Matuidi (a direita): S. Boue/L’Equipe

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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