Nesta segunda-feira a seleção da França entrou em campo novamente, desta vez visitando a tradicional Holanda em Amsterdam (Holanda). A partida foi equilibrada no aspecto tático, com os franceses obtendo uma vitória suada pelo placar mínimo.
A situação não é boa para os holandeses que se viram ausentes da EURO 2016. A França lidera o grupo A no critério de desempate, numericamente empatada com a Suécia, vice-líder (ambos 7 pontos).
Os holandeses se encontram no terceiro posto com 4 pontos, lutando por uma vaga ao menos na repescagem.
Holanda
Sob grande pressão o treinador e antigo ídolo Danny Blind mandou a campo a Holanda com Stekelemburg, Karsdorp, Bruma, Virgil Van Dijk e Daley Blind. Wijnaudum, Strootman e Pröpper. Klaasen, Janssen e Promes. Seu módulo tático varia o 4-3-3 tipicamente holandês e o 3-4-3.
Blind parecia precavido em relação à funcionalidade do meia adversário Dimitri Payet, que atua centralizado. Com a posse de bola os holandeses se postavam em 3-4-3, ao passo que o ala direito Rick Karlsdorp avançava aglutinando-se à segunda linha enquanto quarto meio-campista.
Nesta postura Payet via-se cercado por cinco holandeses, dois volantes e três defensores. O setor ofensivo teve uma alteração logo aos 16 min, com Memphis Depay substituindo Quincy Promes. As permutas entre os três jogadores de frente funciona. Porém os holandeses não possuem um grande atacante de área. Depay por exemplo tem muita dificuldade nas finalizações.
Ainda assim a Holanda conseguiu realizar 9 ocasiões de gol, das quais apenas 2 de fato foram em gol, segundo levantamento oficial da UEFA. O time teve boa postura defensiva, condenada pela falha do veterano goleiro Maarten Stekelemburg, no lance do gol francês.
Blind tem peças para montar uma equipe, mas nenhuma delas pode ser tomada exatamente enquanto protagonista em seus respectivos clubes. Não há substitutos a altura para Robben ou Sneijder, ainda que Kevin Strootman (Roma), tenha voltado a atuar regularmente. Strootman foi cortado por lesão antes do Mundial 2014.
França
Em relação à equipe que goleou a Bulgária na última sexta-feira, Didier Deschamps apenas deu descanso ao lateral Bacary Sagna, substituído por Dijbril Sidibé do Monaco. O alinhamento de início teve Lloris, Sidibé, Varane, Koscielny e Kurzawa. Matuidi, Pogba, Sissoko e Payet. Griezmann e Gameiro.
O módulo tático era o 4-2-3-1 passível de se re-alinhar em 4-3-1-2, porém com a equipe se comportando num 4-5-1 durante boa parte da partida em postura defensiva. Tanto França quanto Holanda, pareciam determinadas em aproveitar momentos em que o oponente estivesse detendo a posse de bola, para roubá-la e sair em contra-ataques.
O tempo de posse de bola foi equilibrado com os franceses tendo obtido 51% do tempo total, segundo levantamento da UEFA. Não foi estranho o gol da vitória bleu, surgir numa finalização a longo alcance (30 jardas), em tiro de Paul Pogba. O meia contou com uma falha do goleiro adversário aos 30 min.
Como já afirmamos, os franceses tiveram seu ataque muito bem anulado pela Holanda, que transformou Payet num jogador inútil. Centralizado ao meio, Payet se viu sufocado entre a segunda linha de meio-campistas adversários mais sua linha defensiva. A disposição em 4-3-1-2 (onde Payet é o “1”) se tornou impossível.
Na segunda etapa Deschamps tentou desafogar o setor, sacando Payet para colocar Anthony Martial, mais apto a atuar pelos lados. Com Martial o módulo permitia um 4-3-3 muito sólido do meio-campo para trás, dado o vigor físico dos meias Blaise Matuidi, Moussa Sissoko e Pogba.
Mesmo diante da “retranca” holandesa, a França conseguiu criar 14 ocasiões de gol, 5 a mais que o adversário. Destas 14 finalizações francesas, 5 foram no gol de Stekelemburg.
Holandeses e franceses voltam a campo pelas Eliminatórias em 13 de novembro. A Holanda visitará Luxemburgo, ao passo que a França receberá a vice-líder Suécia.
Imagem de Pogba (a esquerda) no lance do gol: James Marsh/BPI