Alemanha: planejamento de Löw e o efeito Draxler.

Neste último domingo, a seleção da Alemanha venceu a Eslováquia por 3×0, em partida válida pelas oitavas de final da EURO 2016, que está sendo realizada na França. Após um início irregular, o time comandado por Joachim Löw parece apresentar sua melhor formação.

O Nationalelf se classificou com duas vitórias e um empate, no grupo C da primeira fase. Bateu Ucrânia e Irlanda do Norte, empatando com a Polônia. A equipe alemã não ostentou o futebol vistoso que se esperava, sobretudo para os brasileiros do Brasil pós-7×1. É preciso porém fazer algumas ressalvas.

Löw só colocou em campo aquilo que seria a equipe ideal na terceira partida da fase de grupos, a vitória sobre a Irlanda do Norte (1×0). O zagueiro Mats Hummels surgiu no alinhamento titular apenas no segundo jogo (0x0 contra Polônia). O centroavante Mario Gómez havia entrado, mas ganhou titularidade apenas contra os norte-irlandeses.

Hummels (27 anos) e Gómez (30 anos), não são jogadores juvenis tendo desenvolvido temporada extenuante. O zagueiro fez 50 partidas na temporada 2015/2016 por seu clube o Borussia Dortmund. O atacante por sua vez, realizou 41 partidas pelo Besiktas, último campeão turco.

Paralelo às recuperações físicas de dois titulares importantes, Löw precisava lidar com dois atletas promissores e de pouca idade. Julian Draxler teve atuações discretas nas duas primeiras partidas, saindo do time titular na terceira, que fez constar Joshua Kimmich como titular na lateral-direita.

Embora tenha mantido o 4-2-3-1 nas três ocasiões, a formação mais próxima do ideal só foi colocada em prática contra a Irlanda do Norte, com Kimmich na lateral e Gómez como homem referência. Löw parecia confiar em seu grupo, dando-se ao luxo de uma possibilidade de classificação “no sufoco”.

A Alemanha ficou em primeiro com o mesmo número de pontos da Polônia (7 pontos), que por sua vez foi segunda colocada no critério desempate.

O time ideal.

Já no momento posterior à vitória contra a Irlanda do Norte, Kimmich (21 anos) foi “incensado” (não sem razão) pela imprensa europeia, já tomado enquanto “novo Philip Lahm”. O lateral do FC Bayern com certeza será a peça de reposição para o ex-capitão Lahm, mas ainda não está pronto.

Draxler comemorando seu gol contra os eslovacos. (Getty)
Draxler comemorando seu gol contra os eslovacos. (Getty)

Em relação à partida contra os norte-irlandeses, Löw apenas alterou Mario Götze por Draxler (22 anos), que voltou a ter titularidade na partida vencida sobre a Eslováquia. O meia-atacante do VfL Wolfsburg se posicionou à esquerda da linha dos 3 meias ofensivos do 4-2-3-1.

Dos pés de Draxler saiu o cruzamento para o segundo gol alemão, anotado por Gómez. O Nationalelf vencia com tranquilidade na primeira etapa, já tendo se dado ao luxo de desperdiçar uma cobrança de pênalti com Özil. No início do segundo tempo, o próprio Draxler completou o placar aos 63 min, ao fim tendo sido eleito o melhor jogador da partida.

Frequente em seleções de base da Alemanha nos últimos anos (22 partidas pela principal), Draxler chamou a atenção do público de forma enfática após a vitória inesperada por 2×0 do Wolfsburg sobre o Real Madrid, no último mês de abril. O confronto valeu pelas quartas de final da última edição da Champions League.

Podendo atuar centralizado ou à esquerda da linha de 3 meias ofensivos, Draxler pode vir a se tornar algo mais do que o superestimado Götze. E ainda ser uma sombra inesperada para Mesut Özil (27 anos), no momento longe de uma possibilidade de aposentadoria.

Classificada para as quartas de final da EURO 2016, a Alemanha volta a campo no sábado (02/07), às 16 hr.

Imagem de Hummels e Draxler: Getty.

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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