Milan: ainda sem um rumo exato.

A temporada 2015/2016 iniciou-se algo alentadora à torcida do Milan, com o alardeado interesse do nebuloso magnata tailandês Bee Teachaubol, em comprar 48% das ações do clube rossonero. Reforços chegaram (sem tanto alarde), um novo técnico veio (Sinisa Mihajlović) e clube se encontra em sexto lugar na tabela (34 pontos) da Série A italiana, 12 pontos atrás do líder Napoli.

Todos os rivais do clube rossonero se veem nos cinco primeiros postos da tabela, em respectiva ordem, o citado Napoli, a Juventus, a Internazionale, a Fiorentina e a Roma. O Milan encerrou o primeiro turno empatando em 1×1 com a Roma, em jogo pela décima-nona rodada do torneio, e iniciou o segundo turno vencendo a Fiorentina por 2×0, no último domingo.

A partida contra a Roma marcou o retorno do meia alemão naturalizado ganês, Kevin-Prince Boateng, que entrou no decorrer da segunda etapa e participou da jogada, a qual resultou no gol de empate anotado por Kuco, nos últimos minutos. Na vitória contra a Fiorentina, Boateng também surgiu no decorrer do segundo tempo e anotou o segundo gol, sacramentando a vitória.

Alex e Montolivo

A equipe de Mihajlović não atuou mal contra a Fiorentina, tendo obtido o primeiro gol aos 4 min de jogo, após jogada incisiva de Bonaventura pela esquerda, a qual culminou no gol de Carlos Bacca. Em relação à escalação inicial do sofrível time alinhado contra à Roma, os diferenciais foram o surgimento do brasileiro Alex no miolo de zaga e do capitão Riccardo Montolivo, como primeiro homem do meio-campo.

O desenho tático variou do 4-4-2 convencional para algumas possibilidades de 4-2-3-1 ou 4-3-3, quando o time detinha a posse de bola. Foram 15 minutos de marcação alta e pressão, abandonados após o gol de Bacca. A dinâmica do futebol italiano ainda destôa o atual padrão futebolístico europeu. Faz-se o gol, entrega-se a bola ao adversário e aplica-se no habitual jogo do catenaccio italiano, auto-suficiente na defesa.

Contra a Fiorentina funcionou, uma vez que Alex ainda pode atuar um central seguro na sobra e Montolivo como baricentro, concede o equilíbrio necessário entre as linhas de defesa e meio-campo. Sem ambos o Milan por muito pouco não perdeu para uma Roma mentalmente em défict, no compromisso anterior que representou a última partida de Rudi Garcia, demitido do comando giallorossi na sequência.

Na parte ofensiva tratou-se também da primeira partida sem o brasileiro Luiz Adriano, negociado com o futebol chinês. Curiosamente, o colombiano Bacca parece funcionar melhor sem Adriano, uma vez que ambos ocupavam o mesmo espaço quando jogavam juntos.

Detendo a posse de bola é possível um desígnio em 4-3-3, na ocasião com Bonaventura, Bacca e Niyang formando o tridente ofensivo. Num todo, o Milan obteve 4 finalizações em gol (2 certas) contra 14 finalizações da Fiorentina.

Jogador do Milan entre 2010 e 2013, Prince Boateng surge no segundo tempo fazendo o que qualquer jogador vindo da Bundesliga ou da Premier League faria, em meio ao ritmo lento do futebol italiano. O ganês ex-Schalke 04 não é gênio, mas parece estar duas ou três rotações acima dos demais jogadores.

Milagre não haverá e o objetivo rossonero na Série A é um indíce mínimo (quinto lugar), para adentrar à próxima Europa League.

Imagem de Bacca no lance do primeiro gol contra a Fiorentina: Ansa

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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