Champions League: a grande final.

Neste sábado acontece a decisão da Champions League 2014/2015, entre o espanhol de origem catalã Barcelona e a italiana Juventus. A partida final ocorrerá no estádio Olímpico de Berlim (Alemanha). O aguardado confronto elenca seis títulos do torneio, sendo a Juventus bicampeã e o Barcelona tetracampeão.

Há sim um favoritismo do Barcelona, somados seu momento físico e técnico. O emparelhamento das semifinais já apontava o “time 1” teoricamente de melhor campanha, enquanto o próprio Barça. O “time 4” de quatro classificados era a Juventus.

Durante o mata-mata Manchester City, Chelsea e PSG, devido a elenco e investimento, eram times que poderiam estar entre os quatro semifinalistas. Porém, em torneios de mata-mata, a (teoricamente) melhor equipe nem sempre vence. Num aspecto econômico, a Juventus cumpre um papel não muito diferente dos dois últimos vice-campeões da CL, Borussia Dortmund em 2013 e Atlético de Madrid em 2014.

A Juve inclusive, tem mais tradição que os dois times citados, ostentando um título a mais de CL do que o único conquistado em 1997, pelo Dortmund. Em termos europeus a Juventus é hoje uma “força média” e em termos de tradição continental, é o clube que menos venceu o torneio dentre os italianos. Perde para a Internazionale (3 conquistas) e para o Milan (7 conquistas). Nenhum clube italiano faz frente hoje a potências financeiras como Barcelona, Real Madrid, FC Bayern ou Chelsea.

Barcelona.

Tendo vencido a CL pela última vez na edição 2010/2011, o Barcelona deixa constatar que o treinador Luís Enrique era de fato o “plano b” para substituir Pep Guardiola, técnico responsável pelas duas últimas conquistas europeias blaugrenas. Enrique assumiu no início desta temporada e toda a instabilidade futebolística dos dois últimos anos, diminuiu.

Paralelamente, o clube culé conviveu com problemas administrativos na virada do turno de 2014 para 2015. O ex-presidente Sandro Rosell é associado inclusive ao escandalo da FIFA, podendo ter comprovadas ligações suas com o ex-presidente da CBF brasileira, Ricardo Teixeira.

Em campo, viu-se durante os últimos meses um Barcelona que carrega suas características tradicionais catalãs, desenhando-se em 4-3-3. Entretanto, o time mostra uma capacidade de verticalização e intensidade, mais agressivas do que aquela dos tempos de Guardiola. Isso amparando-se em seu “homem a mais” Lionel Messi, em plenas condições físicas, técnicas e mentais.

Há atletas na equipe atuando juntos há quase dez anos, casos de Xavi (que não deve ser titular e fará sua última partida pelo clube), Iniesta e o próprio Messi. O tridente ofensivo letal formado pelo argentino mais Neymar e Suárez, é possivelmente o mais perigoso da Europa. Juntos já anotaram 120 gols na temporada. O desenho tático do Barça varia do 4-3-3 para o 4-2-3-1, se necessário um “povoamento” no setor de meio-campo. A alternância de posições entre Suárez e Neymar dentro da área como “falsos centroavantes”, tem impressionado.

As campanhas dos culés que já culminaram em títulos das última edições de La Liga e Copa Del Rey, comprovam todo o favoritismo catalão. O provável time base pode ter Ter Stegen, Daniel Alves, Piqué, Mascherano e Jordi Alba. Busquets, Rakitić e Iniesta. Messi, Suárez e Neymar.

Juventus.

Nas entrevistas coletivas concedidas nos últimos dias, o treinador da Juventus Massimiliano Allegri afirmou que não haverá marcação especial sobre Messi. E foi realista afirmando que não tem como parar o Barcelona. Pode-se intimidá-lo, anotando muitos gols e obrigando-os a saírem para o jogo.

Liderança defensiva, o zagueiro Giorgio Chiellini é desfalque por lesão física. Num primeiro momento Ogbonna e Barzagli disputam sua posição. Porém, uma utilização de ambos com a exclusão do lateral direito Lichesteiner não será uma mudança drástica, caso Allegri o faça. A linha defensiva com Bonucci, Ogbonna, Barzagli e Evra, possibilita um avanço seguro do último.

Isso designa um desenho tático em 3-4-3 ou 3-5-2, com a Juve detendo a posse de bola. Essa opção povoa o lado direito da defesa bianconeri, lado esquerdo do ataque culé, dando a possibilidade de Neymar se ver “encaixotado”. O vigor físico de Vidal, torna-o um tipo de “pivô defensivo”, podendo se deslocar para o lado em que o atacante adversário mais perigoso, aparecer livre.

Muito provavelmente, Vidal deverá estar cobrindo os avanços de Evra. No ataque, Evra aberto pela esquerda, Marchisio ou Pogba, podem compor o terceiro elemento de um tridente ofensivo junto a Tévez e Morata. Allegri não é um neófito em se tratando de confrontos contra o Barcelona em CL. Na temporada 2011/2012, o treinador enfrentou os culés comandando o Milan, eliminado nas quartas de final.

Foi um 0x0 heróico em San Siro, seguido de um 3×1 eletrizante imposto pelo Barça na Catalunha. No empate em Milão, Allegri criou um ferrolho valendo-se de defensores tecnicamente ruins como Bonera e Antonini e um Nesta em fim de carreira, lidando ainda com uma ausencia por lesão de Thiago Silva. E não tomou gols. Na temporada seguinte 2012/2013, o Milan se defrontou com o Barça nas oitavas de final, inexplicavelmente vencendo por 2×0 em San Siro, com gols de Muntari e Prince Boateng. No jogo de volta os culés atropelaram o rossonero impondo 4×0 em Barcelona.

Mais além, o goleiro Gianluigi Buffon ainda é um dos melhores do mundo. Pogba e Pirlo, são atletas capazes de decidir uma partida. O provável time base bianconeri pode ter Buffon, Lichesteiner (Bonucci), Bonucci, Barzagli (Ogbonna) e Evra. Pirlo, Vidal, Pogba e Marchisio. Morata e Tévez.

A final da Champions League será exibida no Brasil por ESPN, Globo, Band e Esporte Interativo. A partida acontece às 15:45 (hr de Brasília).

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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