Pela última rodada da fase de grupos da Champions League 2014/2015, o Barcelona recebeu o Paris Saint-German, no Camp Nou, nesta quarta-feira. Ambos os times já estavam classificados para as oitavas de final. O embate decidiria apenas a colocação de ambos. Até a partida se iniciar, o PSG era o líder, tendo vencido o próprio Barça por 3×2, na segunda rodada em setembro.
Para o técnico “culé” Luís Enrique o embate valia muito, uma vez que a derrota em Paris desencadeou muitas críticas ao seu início de trabalho. Pelo lado parisiense a expectativa maior era pela presença de Zlatan Ibrahimović, antigo desafeto na Catalunha, que não atuou na partida da segunda rodada por lesão. O PSG iniciou a partida impondo maior intensidade, buscando o gol com objetividade. Ibrahimović “zlataneou” e abriu o placar aos 15 minutos.
Lucas iniciou a jogada pela direita e tocou para o volante Matuidi, dentro da área pronto para fazer a “parede”, para Ibrah por sua vez finalizar e anotar seu primeiro gol no Camp Nou, atuando contra o Barcelona. A equipe blaugrena, por sua vez não se encolheu e quatro minutos depois, Mascherano iniciou a jogada que culminou no gol de empate, anotado por Lionel Messi que conseguira adentrar a área parisiense.
A disposição inicial “culé” teve Ter Stegen, Bartra, Piqué, Mascherano e Mathieu. Busquets, Iniesta, Pedro e Neymar, Messi e Suárez. O Barça conseguia controlar o jogo no meio-campo, mas os atacantes leves tinham problemas para adentrar a área parisiense. Neymar se via sufocado pela marcação de Thiago Silva e do lateral Van Der Wiel. Ainda assim o brasileiro desempatou a partida num momento critico, finalizando de maneira categórica com um tiro a longa distância aos 41 min.
Na segunda etapa a intensidade do jogo diminuiu e a partida se mostrou mais equilibrada. O gol que sacramentou a vitória blaugrena saíria aos 71 min, após jogada em velocidade que culminou no gol de Luís Suárez, fazendo 3×1. Isso poucos minutos depois do técnico Laurent Blanc dispor Lavezzi no lugar de Matuidi. Na reta final da partida o PSG tinha teoricamente cinco atacantes em campo Lucas, Pastore, Ibrahimović, Cavani e Lavezzi. O intuito nada covarde de Blanc em buscar o gol de empate, acabou tendo um dano colateral fatal.
O fator Mascherano.
Com Daniel Alves suspenso, Luís Enrique sacou os laterais natos dispondo o time num 3-4-3, que a imprensa espanhola tomou como um resgate dos tempos do Barcelona de Cruyff. A linha dos quatro zagueiros Bartra/Piqué/Mascherano/Mathieu, se converte numa linha típica de três zagueiros com Mascherano se projetando ao meio-campo, sua posição de origem; desde que haja a posse de bola.
Foi com Mascherano avançando e iniciando uma jogada que buscava Suárez, que Messi conseguiu fazer o gol de empate. Ofensivamente, a equipe “culé” também tinha a possibilidade de atacar em 4-2-4, com Busquets e Iniesta formando o meio-campo e o quarteto Pedro/Neymar/Messi/Suárez, saindo para o jogo à frente. Na segunda etapa, quando Luís Enrique trocou Iniesta por Xavi a formação estabilizou o controle de bola no meio-campo.
O primeiro retornava de lesão e o segundo tem atuado mais a frente, sem a obrigação de marcar devido a idade avançada. Porém, sem a obrigação de marcar, Xavi joga até os 40 anos. Luís Enrique mostrou perspicácia defensiva sepultando os laterais em nome do resultado. A “invenção” de Mathieu na lateral-esquerda a contragosto do próprio zagueiro, teve o seu ápice nesta partida, pois utilizar Jordi Alba na mesma faixa de campo do brasileiro Lucas, seria suicídio.
Após a derrota por 3×2 para o PSG na segunda rodada, o treinador “culé” mostrou personalidade assumindo os erros publicamente. Na sequencia, suportou críticas duras após a derrota para o Real Madrid por 3×1 no superclássico válido pela liga espanhola. Aos poucos o jovem técnico tem mostrado que sabe jogar em nome do resultado, uma virtude. Luis Enrique “zlataneou”…
Mais além.
– O 3×1 imposto pelo Barça sobre o PSG deu aos catalães o primeiro posto do grupo F. São 15 pontos contra 13 dos parisienses. Na partida dos eliminados, o Ajax goleou o cipriota APOEL por 4×0.
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Foto de Messi e Ibrahimović: Vicens Gimenez