A janela de transferências do futebol europeu se fechou na última segunda feira. Vamos a uma breve digressão acerca de quem gastou melhor ou pior.
Liverpool: colhe os frutos da manutenção de um jovem treinador (Brendan Rodgers) por longo prazo. Por outro lado, não dá sinais de que vai voltar a ser campeão inglês ou da Champions League agora. Trouxe varios jogadores úteis (Emre Can, Welbeck) porém sem grife mas nenhum repõe uma iminente aposentadoria de um veterano líder técnico/psicológico, Steven Gerrard.
Na perda de um jogador que fazia a diferença, Luisito Suárez, trocou um maluco hidrofóbico por um maluco bipolar, Mario Balotelli. Não passa a impressão de que Balotelli vai adquirir maturidade mental, nem que Rodgers seja o homem certo para fazê-lo adquiri-la. De volta a CL, o desafio dos reds é voltar a manter-se frequentemente na disputa da competição.
Real Madrid: Florentino Pérez voltou a gastar horrores como sempre fez, mas não se desfez de jogadores operários das posições de zagueiros e volantes. Algo que o presidente galáctico fez em sua primeira gestão no começo dos anos 2000. Mais além, Peréz está se precavendo da possibilidade dos seus galácticos atuais envelhecerem, como aconteceu como Zidane, Figo, Ronaldo e Beckham no passado.
James Rodriguez tem 23 anos e pode ser a estrela a suprir uma eventual senilidade de Cristiano Ronaldo, que se aproxima dos 30. Curiosamente, o time fez boas vendas por duas temporadas seguidas. Na temporada passada vendeu Özil a 50 mi de Euros após adquirir Bale por quase 100 mi. Nesta vendeu Di Maria por 60 mi de Libras após comprar James a 80 mi de Euros. Pérez não tem rasgado tanto dinheiro assim…
Manchester United: a pré-temporada nos EUA chamou a atenção dos mais atentos pelo United, uma vez que Louis Van Gaal dispos o time em 3-5-2, reabilitando Antonio Valencia e Ashley Young, mal utilizados pelo respeitado Sir Alex Ferguson. O holandês fez questão de reposicionar Mata e dar protagonismo a um investimento recente, sendo que o espanhol está a menos de um ano no clube.
Ainda assim, após estreia pouco convincente na Premier League, o United precisou contratar, sendo que o time perdeu toda a linha defensiva por decrepitude (Ferdinand/Vidic/Evra). Dois bons nomes vieram para tal setor (Rojo/Blind). O vindouro desempenho de Di Maria, deixa menos curiosidade do que o vislumbre daquilo que Van Gaal possa “inventar” ou reinventar, no que diz respeito aos jogadores que estão a disposição.
Ferguson era bilhante porque fazia atletas mediocres renderem, sem ele atletas mediocres são similares a Kagawa, Chicharito, Nani ou os laterais brasileiros irmãos Silva (todos perderam espaço). Van Gaal foi a grande aquisição dos red devils e a súbita chegada de Falcão Garcia na última hora, mais parece artifício para evitar protestos da torcida. O holandês precisa trabalhar em paz.
Atlético de Madrid: o clube colchonero segue exemplar e dando uma aula de gestão aos cartolas brasileiros. A cada brasileiro anônimo que o Atlético consegue achar e vender, há uma reposição nos mesmos moldes. Para cada Filipe Luís que sai a 20 mi de Euros, um Guilherme Siqueira aparece. E para cada Diego Costa que sai, bons dividendos entram e você pode ter um Mandzukić e o promissor Griezmann em sua linha de frente.
Ainda dentro da seção dos bons e baratos, o Atlético contratou também o mexicano Jimenez destaque de sua seleção no último Mundial. No último dia da janela obteve o italiano Alessio Cerci. No fim das contas não foi difícil substituir o trio David Villa/Diego Costa/Diego. Seguirá incomodando a vida dos grandes tanto na liga quanto na Champions League.