Galo campeão da Libertadores 2013!

E o Atlético MG acabou campeão da Libertadores 2013! Dizer que o clube alvinegro, em termos de popularidade, é algo estrondoso seria um superlativo mentiroso. Este que vos escreve mesmo, em 31 anos de vida, conhece pessoalmente apenas um atleticano; marido da prima da minha mãe (!!!). Numa dada oportunidade no segundo semestre do ano passado (pós chegada de R10 a BH), o cidadão que reside em Curitiba com a esposa, adentrou a casa da minha avó (no norte do PR) com uma camisa do Atlético.

Ninguém percebeu de que camisa se tratava. Apenas eu, que quando cumprimentei-o de frente percebi e disse: “você usa uma camisa do Atlético MG!”. O sujeito ficou todo feliz e posteriormente uma tia me informou que o mesmo é nascido em Minas Gerais. Vagamente me lembro de ter tido um aluno que se dizia atleticano, há muito tempo atrás, e quando ele revelou a origem mineira dos familiares, entendi a opção.

De fato, o Atlético MG não é uma marca estrondosa no futebol brasileiro, ainda que na medida do possível, e dentro dos padrões sul-americanos vigentes; mostra-se um clube minimamente organizado em termos de estrutura e administração. A chegada de Ronaldinho Gaúcho trouxe mais popularidade ao clube e este que vos escreve, por exemplo, passou a procurar pelos jogos do Galo para ver R10.

Ronaldinho não foi o elemento decisivo em nenhum dos dois jogos da final contra o Olimpia. Mas jogou sim, um bom futebol na partida final no Mineirão. Chutou em gol, buscou jogo e criou dificuldades para a marcação paraguaia que se desatrelava por vezes, em três marcadores para cima dele.

Ronaldinho na partida de ontem, foi por exemplo, mais efetivo do que na final da Champions League 2005/2006 pelo Barcelona. Foi sem dúvida um elemento importante na campanha alvinegra vitoriosa.

A imagem mais poderosa de R10 no torneio, talvez tenha sido “o momento blaugrena”, na ponta esquerda do ataque atleticano, na partida de volta contra o São Paulo pelas oitavas de final. Muito similar àquele 3×1 imposto pelo Barcelona em cima do Real Madrid, em que R10 levou Sergio Ramos ao desespero em pleno Bernabéu.

Ronaldinho poderia ser um exemplo do desporto? Sim, poderia! Mas, por vezes, me pergunto o por que de tanto moralismo politicamente correto? Duas bolas de ouro, um Mundial de seleções em 2002, uma Champions League 2005/2006, agora uma Libertadores. O que mais um sujeito precisa provar?

O time de Cuca fez uma campanha regular na primeira fase, perdendo apenas uma partida. No mata-mata, confiou no “fator casa” da arena Independência, fator que influencia muito na disputa da Libertadores, vide as relações Grêmio/(velho) Olimpico, SPFC/Morumbi, Boca Jrs/La Bombonera.

E no “fator sobrenatural” a sorte precisa estar a favor de um time que disputa a competição. Seja no pé esquerdo do goleiro Victor que defende um pênalti aos 48 do segundo tempo numa quarta-de-final. Numa série de refletores que se apagam numa partida de volta da semifinal.

Ou num atacante paraguaio que escorrega sozinho depois do próprio Victor se adiantar erroneamente, com o time precisando de um gol para ir a prorrogação.

O Galo mereceu. Parabéns, Atlético Mineiro!

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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