O São Paulo e o Frankenstein funcional de Ney Franco

É um time, objetivamente, modesto, o do São Paulo. Para o nível do Brasileiro, é um elenco bom. Mas curioso mesmo foi ver que Ney Franco, treinador igualmente singelo, montou um time interessante, acertando uma defesa que parecia ‘maldita’. Se no papel o time joga com quatro atrás, na verdade, joga com três zagueiros, um lateral que praticamente joga na meia (Cortez) e um ponta que é lateral de origem e aumenta a marcação desde a saída de bola adversária. É um time taticamente não ortodoxo, cheio de improvisações (um zagueiro na lateral-direita, um lateral-direito no ataque, só um volante no meio-campo e todos os atacantes recuando para marcar), mas funciona. Ney Franco montou um Frankenstein que funciona.

Não dá para dizer o que esse time pode virar. Perde Lucas (mas a verdade é que o time não depende dele como o Santos depende de Neymar), mas deve manter a mesma base para 2013.  Um lateral-direito de ofício poderia melhorar o time, mas a verdade é que mexer na tosquidão esforçada de Paulo Miranda pode desandar o bolo. Mas como Ganso precisa entrar no time, é capaz que sobre para ele. A pergunta é: com um defensor a menos o rendimento da defesa continua em 2013?

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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