Mais Ibra. E Fred.

Apesar do último post que eu fiz malhar um pouco o Ibrahimovic, acho ele um craque. Um monstro. Se não fosse tão arrogante e topasse jogar num time onde ele não é a primadonna, já teria vencido uma Liga dos Campeões. Basta ver seu início de temporada na França, com oito gols em oito jogos. Seu problema é que ele queria ser melhor que Messi. Aliás, ele e outro cracaço, Cristiano Ronaldo. Se não vivessem na mesma época de Messi, teriam o destaque que queriam ter. Mas não terão, a menos que Messi (Deus nos livre) se machuque.

Mas esta rápida postagem é para falar desse post do Esporte Interativo sobre quem é melhor: Ibrahimovic ou…Fred! Ele sintetiza para mim o autoengano do brasileiro em relação ao seu próprio futebol. A comparação esclarece muito sobre como a mídia joga para a torcida. Fred voltou para o Brasil porque não tinha mais mercado em clubes que não fossem de segunda linha. Daí, aqui, se destaca, porque compete com Luan, Zequinha e Tião Capadócia. E aí, conclui-se, como ele é muito acima da média (daqui), que deve jogar tanto quanto o sueco. O atacante tricolor é o melhor no Brasil hoje, mas não limpa o cravo da chuteira do sueco.

O realmente intrigante é imaginar quais os meandros que a negação percorre na cabeça dos que acreditam que os repatriados são mesmo “craques”. Ronaldo voltou ao Brasil com 100 kg porque não conseguia tirar a vaga nem de Gilardino. Aqui, fazia chover. Ronaldinho Gaúcho não parava em pé e provocava verginha alheia num elenco do Milan que já era mais modesto. Aqui, faz chover. Fred volta enxotado do Lyon e não consegue jogar em nenhum outro clube maior que Bordeaux ou Catania. Volta, e aqui faz chover. Isso é mais que torcida. Isso é fé, uma fé fanática igual às das seitas mais doentes. Credo!

 

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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