Seleção da temporada – Série A

Com o fim da temporada, já dá para avaliar quem é que foi mais determinante no campeonato. Aqui está a seleção da Série A 2010/2011, uma temporada emocionante, mas não a mais brilhante do nível técnico. No ano do MIlan campeão, não houve nenhum craque incontestável como foram Kaká e Sneijder em campeonatos anteriores, mas há esperanças, como Sanchez, por exemplo.

Antes de designar os 11 escolhidos, vou delimitar alguns critérios. Esses 11 não são os melhores jogadores na Série A. Por exemplo. Não há dúvida que Pirlo é melhor que Ledesma, mas no último torneio, o argentino da Lazio foi fundamental para seu time, enquanto o italiano esteve no estaleiro a maior parte da temporada. Alguns jogadores estão fora do esquema que jogam em seus times, para que os escolhidos formassem o time mais verossímil possível. E no mais, esta é uma escolha pessoal. Divergências e suas seleções particulares são bem-vindas nos comentários.

Abbiati (Milan): Ok, é um jeito frustrante começar com Abbiati, mas definitivamente não houve nenhum melhor. Júlio César decidiu
abrir uma granja na ressaca pós-Mourinho, Buffon estava no hospital e todos os outros concorrentes tinham algum problema maior do que o milanista, que só sofreu 18 gols jogando 34 vezes. Handanovic, da Udinese, também teve temporada excelente, mas no confronto com Abbiati, perdeu. Seguro nos cruzamentos e raramente cometendo erros, o quase-veterano fez poucas defesas espetaculares, mas não errou.

J. Zanetti (Internazionale): Faz tempo que o veteraníssimo Zanetti (está a três temporadas de igualar a marca mítica de Maldini deNovidade da Udinese...Mehdi Benatia presenças na Série A) não é lateral-direito absoluto, atuando mais no meio-campo. Contudo, a alternativa para a posição era outro milanista, Abate, que não foi mal, é verdade, mas ainda é um jogador de compor elenco. Enquanto isso, Zanetti, mesmo longe de ser um craque, foi um dos maiores passadores do torneio (curiosamente, atrás de um zagueiro, Thiago Silva e de Ledesma) e um dos cinco jogadores que mais desarmou. Zanetti é um símbolo para a Inter e foi extremamente confiável.

Benatia (Udinese): um dos nomes sem grande glamour do time, o zagueiro marroquino foi uma rocha na defesa friulana. Virtualmente desconhecido no começo do campeonato, o defensor foi o maior interceptador da Série A (155), o campeão em desarmes (98) e com Zapata, fez a segunda melhor dupla de zaga da Itália (atrás de Thiago Silva e Nesta). Benatia ainda fez três gols e jamais deixou o campo expulso. Raramente um estreante debuta tão bem na Série A. Na verdade, o caso anterior tinha sido exatamente seu colega nessa seleção, o brasileiro Thiago Silva.

T. Silva (Milan): O Monstro, como é chamado pela torcida saudosa do Flu tem feito jus ao nome. Thiago melhorou imensamente ao lado de Nesta e não só defende bem, como aprendeu a impostar o jogo e absorveu a calma irritante do colega italiano. Ainda se ressente quando não joga com Nesta, que é um gigante na organização da defesa, mas mesmo ao lado de Yepes e Bonera, manteve a defesa intocada. Segundo melhor passador da Série A (92%), foi o pilar da melhor defesa do torneio.

Nagatomo (Internazionale): a melhor contratação da Inter na temporada. Claro, Pazzini é um grande jogador, mas o japonês custou cerca de 25% do valor do atacante. Nagatomo tem um raríssimo senso de posicionamento e apoia bastante, mas jamais deixa a defesa desprotegida. Excelente passador (84% de aproveitamento), consertou a defesa da Inter que estava orfã de pai e mãe com até sua chegada. É o único defensor interista que tem potencial (e idade) para permanecer por mais vários anos em Appiano Gentile.

Ledesma (Lazio): Um nome low-profile do meio-campo da Lazio, Ledesma perdeu o espaço nas luzes que foram todas para Hernanes. Mas se o brasileiro teve um primeiro turno devastador, Ledesma foi eficiente durante todo o campeonato. O argentino foi o jogador mais acionado no torneio (passou mais de 2 mil vezes) e foi o quinto melhor assistente. Seu vigor físico deu consistência ao meio-campo da Lazio e se Hernanes tivesse tido férias (chegou a Roma quando já tinha tido seis meses de temporada no Brasil), é provável que os romanos tivessem conquistado uma vaga na LC.

Inler (Udinese): Já fazia algum tempo que o suíço vinha jogando muito bem em Udine, mas agora finalmente ele pode se gabar de um ano em altíssimo nível. Assim como Hernanes, Inler é um misto de meia e marcador, o que garante uma presença física de uma intermediária a outra. Foi um dos cinco jogadores mais acionados no torneio e mesmo assim, errou pouquíssimo (menos de 19% dos seus passes deram errado). Inteligente, Inler comandou o time da Udinese rumo à classificação europeia e deve ser o primeiro jogador a deixar o time – e será a um preço caro.

K. P. Boateng: No começo da década passada, Carlo Ancelotti inventou um trequartista jogando como primeiro volante (Pirlo) e viu seu time decolar rumo a duas LCs e um scudetto. Boateng não tem o talento de Pirlo, mas graças a Allegri, fez o caminho inverso, saindo da mediana para jogar atrás dos atacantes. Sua elevação no campo deu ao Milan um poder de marcação sem igual e forçava o erro adversário, sem prejudicar as jogadas ofensivas, por causa de sua boa técnica. Certamente o ganês é hoje o meio-campista mais indispensável do Milan, graças à sua versatilidade. Um achado de contratação.

Di Natale (Udinese): Artilheiro na temporada passada, Di Natale recusou uma transferência para a Juventus e todos acharam que ele estava louco. Quem deve estar louco agora é a Juve, a quem os seus 29 gols poderiam ter transformado a falida temporada bianconera. Alternando entre meio e ataque, Totó teve uma temporada menos brilhante, mas só por causa da explosão de Alexis Sanchez. Mesmo assim, manteve a eficiência. Diante do gol, foi implacável (quase metade dos chutes que mandou no gol foram para a rede) e ainda deu sete assistências.

A. Sanchez (Udinese): quando se fala de Valdivia como astro da seleção chilena dá até vontade de dar risada. Sanchez é o primeiroCandidato a craque...Alexis Sanchez jogador em várias gerações de chilenos que realmente pode virar uma estrela. Não é só pelos 12 gols e 6 assistências: o chileno é um jogador completo, jogando para o time, passando, marcando, se deslocando. É o que Robinho poderia ter sido se não tivesse se maravilhado com a própria habilidade. Com o chileno e Di Natale como atacantes (dois externos de meio-campo em suas origens), a Udinese redescobriu o jogo pelas bordas do campo sem depender de um ponta. Se há um jogador que fez o torneio valer a pena foi o chileno. Cabe a ele não virar uma promessa maravilhada.

Ibrahimovic (Milan): Confesso que hesitei entre Ibra e Eto’o para a vaga de centroavante. Afinal, o camaronês foi o único interista realmente brilhante no ataque de seu time, enquanto Ibrahimovic assistia várias jornadas de casa, graças a duas expulsões tolas. Mesmo assim, o sueco foi mais fundamental. Ibra carregou o Milan no momento em que o time lutava para acertar sua defesa e deixava o ataque vivendo à míngua. Fortíssimo, o atacante foi decisivo em jogos chave como no primeiro derby e em mais uma série de outros. Visivelmente desequilibrado (como é possível ver nos vídeos em que chuta Wilhelmsson, Strasser e Cassano), o sueco tem o talento de um craque. E mesmo sem decidir em mata-mata, no campeonato, isso conta – não é a toa que ele venceu o campeonato nacional nos últimos sete anos.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.

19 Comments

  1. Talvez eu seja muito exigente (ou simplesmente chato mesmo), mas eu não consigo enxergar tanta qualidade nesses dois times como você, Cassiano.

    É claro que o Barcelona tem um time excelente e o Man Utd também, só pra deixar bem claro…

    A não ser que o Manchester consiga fazer um gol nos primeiros 15~20 minutos, o Barcelona deve dominar a maior parte do jogo e vencer por 1 a 0, sofrendo em alguns poucos momentos um pouco de pressão por parte do Man Utd, especialmente em contra-ataques.

  2. Abbiati (por falta de opção); Maggio, Nesta, Thiago Silva e Nagatomo (ainda quero ver ele por uma temporada inteira na Inter); Cambiasso, Inler e Hernanes; Sanchez, Di Natale e Cavani.

  3. Cassiano,

    No caso da (má) comparação Diego/Ibra não meço talento e sim a precipitação de quem os comparou a Zico e Van Basten. Só isso.
    Não tenho nada contra o sueco, apenas constato que ele não é um jogador de grandes momentos. Aliás, penso exatamente como Sacchi: Ibra é um solista, do tipo que é forte contra os fracos e fraco contra os fortes. Quanto ao seu seu desempenho na temporada, lembro que Robinho e Pato tiveram resultados semelhantes com menos minutos em campo.

  4. Chiellini x Benatia: o primeiro é meu titular absoluto em qualquer time do mundo e eu mesmo me surpreendi ao ver os números do Benatia. Dei a ele a vaga, além das estatísticas, justamente por causa do low-profile que é adequado para zagueiros e juízes.Se eu tivesse escalado o time no 4-4-2 também teria posto o Krasic. Optei pelo esquema com três medianos justamente porque por mais que o Krasic tenha feito, a Juve fracassou forte. Quanto ao Hernanes, disse exatamente isso, só que, na minha leitura, o fato do cara estar morto explica tudo, mas não serve como álibi. Sobre o Ibra, claro que ele não é o van Basten, óbvio, mas traçar um paralelo dele com o Diego me parece magoa doída, não? Verdade, eu tb acho que em jogos secos, o cara amarela, mas OITO títulos nacionais seguidos não podem ser coincidência. Abraço.

  5. Cassiano,
    O Chiellini na minha seleção surgiu realmente porque vi pouco do Benatia que, pelo visto, fez por merecer a vaga no seu time. No entanto, defendo a permanência de Krasic, Hernanes e Cavani. Os dois primeiros jogaram muito no 1º turno e caíram de produção porque estavam entrando no 3º semestre seguido de futebol, uma vez que os calendários russo e brasileiro são diferentes. Quanto a Cavani, se o Napoli chegou onde chegou muito se deve ao matador uruguaio.
    Ibra começou bem a temporada fazendo os mais apressados traçarem um paralelo com o lendário Marco van Basten. Mal comparando, me lembrou a comparação de Diego com Zico após o bom início do ex-santista na Juventus.
    Mas, como sempre dizemos, opinião é opinião e debater ideias sempre é válido.

    Abraço.

  6. Ledesma e Benatia são duas ótimas sacadas. Sempre gostei do futebol do primeiro que nunca teve chances na seleção argentina. Confesso que não prestei muita atenção no Benatia, mas seus números são realmente impressionantes.

    Certamente, os dois merecem estar nessa seleção, mas quando eu fiz a minha lista não coloquei eles… Serão devidamente convocados agora!

    Abbiati; Thiago Silva, Nesta, Benatia; Maggio, Hernanes, Ledesma, Dossena; Di Natale, Ibrahimovic, Cavani

    A seleção está escalada no “3-4-3” do Napoli.

  7. Boa seleção, o Benatia é disparado a grande surpresa da temporada. A excelente rede de olheiros de Údine foi encontrá-lo no Clermont da Ligue 2 e ele se mostrou um zagueiro muito bom, com presença no ataque e jogando sem apelar para faltas.

    Nagatomo também foi uma ótima contratação por parte da Inter, pelos motivos por você já citados.

    Se pudesse escalar um banco de reservas pra esse time, seria: Handanovic(Udinese), Britos(Bologna), Maggio(Napoli), Cambiasso(Inter), Hernanes(Lazio), Eto’o(Inter), Cavani(Napoli).

  8. Enigma
    nunca vi caso igual..
    Como Di Natale era um NADA antes dos 30 anos e como se tornou uma das estrelas do calcio depois dos 30..teve o Dario Hubner que foi artilheiro no Piacenza já velhão, mas foi um ano só, já o Di Natale de uns 4 anos pra cá “resolveu” jogar bola…
    .
    PS: Hamsik não serve pra elite, é apagado e demasiado instável, Zidane certa vez disse “os grandes jogadores sao os regulares, os que jogam bem contra o Milan e tbm contra o brescia..”

  9. Michel, gosto é gosto, mas só defendendo minhas escolhas: não escolhi os melhores jogadores da temporada – escolhi os que achei que foram mais importantes, determinantes nesse Italiano.

    O Chiellini é um bom exemplo. Ele ainda é mais jogador que o Thiago Silva, mas nesta temporada, esteve pouco acima do sofrível. O Krasic também é ótimo, mas como destacar um cara de um time que naufragou retumbantemente? A mesma coisa vale para o Hernanes – ele, o Inler e o De Rossi seriam minha escolha para um FM 2011 com grana ilimitada, mas é inegável que depois de janeiro, ele abriu o bico de cansaço (o De Rossi, nem isso). E o Palombo? Ele é o melhor interditor da Itália há tempos, mas o cara foi rebaixado. E por aí vai…

    O Boateng é menos jogador que ele (Hernanes), fácil, mas foi mais determinante no arco de 12 meses. Lembra do Foggia? O cara não foi o melhor externo do Italiano em 2006, se não me engano? É a prova de que o melhor num ano é o melhor num ano….mais nada…

    Quanto ao Cavani, só acho ele melhor que o Ibrahimovic como investimento a médio e longo prazo. Ele ainda precisa provar que faz diferença num time grande. E na hora H (como contra o Palermo), negou fogo. Mas de qualquer maneira, a seleção que vc citou é excelente. Só não concordo que seja a mais determinante desta temporada. Abs

  10. Prezado,

    Anteontem, o pessoal do Quattro Tratti me convidou para escolher a seleção da temporada 2010/11 na Serie A e algumas dúvidas logo vieram à mente: Quem seria o goleiro? E os laterais? Achar um companheiro para o Thiago Silva também não estava fácil. Depois de queimar algum fosfato escalei o seguinte onze: Abbiati; Maggio, Thiago Silva, Chiellini e Armero; Krasic, Hernanes, Cambiasso e Sanchez; Cavani e Di Natale.
    Esqueci de Benatia, mas não escalaria Boateng e Ibra nos lugares de Hernanes e Cavani nem se o tempo voltasse e liga começasse do zero de novo 😛
    De qualquer modo, são poucos os passatempos que se comparam com eleger a seleção de alguma coisa. Alias, fiz uma no meu blog sobre as “negociações” envolvendo a vinda de jogadores estrangeiros para clubes brasileiros que nunca se concretizaram. Quem quiser ver, basta clicar aqui: http://goo.gl/q58d4

    Abraço.

  11. Acho o Hamsik bom, mas está sobrevalorizado. Comprá-lo agora é mesma besteira de comprar o MVP da NBA após o campeonato. Ele está muito em alta, mesmo sendo um bom jogador. E além disso, prefiro ele mais atrás do que como requartista. E mesmo não achando o Di Natale um craque, não dá para tirar da seleção um cara que fez 29 gols pela Udinese. Provavelmente ele é o jogador que mais fez diferença para um time no campeonato inteiro. abs

  12. Sobre o Zanetti: ele é modesto tecnicamente mesmo, continuo achando isso, mas nest temporada, provavelmente ele foi o jogador mais regular da Inter. E no mais, veja que a concorrência nâo era com o Tassoti dos Invincibili

  13. O Salas teve dois anos excepcionais: um no River e um na Lazio. E ponto. abs

  14. Acompanho o relator em quase tudo, mas trocaria o Di Natale pelo Hamsik. Repito o que já escrevi aqui sobre o eslovaco: o cara, na minha opinião, não é um craque, mas tem algumas qualidades fundamentais para um jogador (principalmente uma técnica muito boa e uma visão incomum daquilo que acontece no gramado).

    Sobre essa última qualidade, quem prestou atenção nele naquela dramática partida entre Itália e Eslováquia no último Mundial sabe do que estou falando. Quando o Pirlo entrou em campo, ele passou a recuar seguidamente para o campo de defesa eslovaco para dobrar a marcação no então rossonero. O cara sabia que ali estava o principal perigo à vantagem eslovaca no marcador.

    E muito boa a lembrança do Benatia. Discreto, seguro e sempre muito bem posicionado. Foi um dos grandes achados da temporada.

    Uma pena o fato de não poder ter incluído o Hernanes, que, como era de se esperar, acabou pagando pelos 18 meses seguidos de atividade. Tentei, mas a presença dele vai ficar para a próxima edição da seleção dos melhores da Serie A.

  15. Eleição de Abbiati: parece ter ocorrido uma injeção de confiança no goleior sobretudo após o peru que custou o empate em jogo perdido contra o real Madrid pela 1 fase da CL. O Milan perdia e Inzaghi virou o jogo sozinho. Meritos de Allegri, não? Eleição de J. Zanetti: elevação dialética na postura de um eleitor que anteriormente o tomava enquanto ‘farsa’. Menção honrosa a Abate na eleição de Zanetti: o apice daquilo que ele poderia obter na melhor temporada de sua vida. Eleição de T. Silva: a expressão ‘calma irritante’ de Nesta foi a melhor. Eleição de Boateng: no meio de tanto ‘cavalo velho’ qualquer jogador de football se destacaria pela disposição fisica, mas Boateng além de vigoroso é também bastante técnico. Eleição de Ibrah: certo, mas o gancho antes do Milan x Inter do returno e as ‘subitas’ suspensões nas rodadas finais pareceu coisa de tapetão…

  16. Legal, eu não sabia que Benatia foi o que mais desarmou..
    na Copa eu já intui que Boateng jogaria num clube de alto nivel..
    sobre os chilenos, acho que o Salas foi uma estrela, pois tinha tudo, pena que a grave lesão ferrou a carreira dele..

  17. Não, Raphael, não fiquei não. Achei que o Cavani nas partidas em que tinha de decidir mais no fim do campeonato, não foi o mesmo. É verdade que ele foi bem, mas se eu tivesse de ver um jogando no meu time, preferia o Ibra. abs

  18. Cassiano, não ficou nem um pouco tentado a considerar Cavani para esta seleção? Talvez no lugar de Ibra, que teve um brilho muito maior no primeiro turno e sumiu no segundo. Cavani foi regular a temporada toda, e Di Natale novamente iniciou como um carro que sai de segunda, mas cuja aceleração nunca diminuiu.

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