Futebol na Itália tem medo, diz Sacchi

Artífice de um dos maiores times de todos os tempos, o MIlan de Gullit e van Basten, o ex-técnico italiano Arrigo Sacchi deu uma entrevista desancando o futebol de seu país. “É um futebol de medo. Atacamos com dois e defendemos com dez. Os jovens não saem do banco de reservas e as pessoas têm medo de ir ao estádio”, disse o agora dirigente da federação italiana, encarregado das seleções de base. Embora duro, Sacchi não acha que o futebol italiano morreu. “Temos jogadores bons, mas ideias e uma cultura atrasada”, afirmou. “Vejo mais chances de gols em duas ou três partidas na Inglaterra ou Espanha do que numa rodada toda da Série A”, disse. O ex-técnico defende a adoção de um modelo de jogo “baseado num time curto, com os setores próximos e baseado num jogo coletivo que melhore individualmente os jogadores”.

Dois Toques

-Apesar de advogar por um futebol ofensivo em toda a sua vida, curiosamente, as divisões de base da seleção italiana são quase todas comandadas por ex-defensores: Ciro Ferrara (Sub-21), Francesco Rocca (Sub-20) e Massimo Piscedda (Sub-17) eram zagueiros. Somente Danielle Zoratto, técnico da Itália Sub-19, era meio-campista.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.

2 Comments

  1. A definição dele é perfeita, principalmente no que diz respeito aos jovens.

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