Ricardo Teixeira escolheu Muricy e este recusou. O capo cebeefiano não perdoará nem o técnico nem o Fluminense, que pode abrir o olho no que diz respeito aos bastidores do futebol. Mas o incidente coloca mais uma marquinha no quadro de peso político do futebol brasileiro. O rei-sol ainda não tem rivais, mas vai fazendo inimigos poderosos e silenciosos.Teixeira, na eleição do Clube dos Treze, já tinha definido seus inimigos primordiais: São Paulo, Grêmio e Palmeiras. A esses, que compunham o núcleo de oposição ao dirigente que representa o que há de pior no futebol brasileiro, uniriam-se os votantes de Fabio Koff – Flamengo, Fluminense, Internacional e Atlético-MG, além de outros clubes de menor expressão política (Atlético-PR, Bahia, Portuguesa, Guarani e Sport). Com o “Muricygate”, Teixeira definitivamente colocou o Flu na sua lista de inimigos, salvo uma falta de vergonha infinita por parte dos tricolores das Laranjeiras, bem como afastou Muricy para todo o sempre da Seleção.
Ricardo Teixeira tem ao seu lado só um clube realmente de peso no cenário político brasileiro – o Corinthians. A cartolagem do clube do Parque São Jorge, representa o que há de pior no futebol brasileiro – assim como Teixeira e não à toa, os dois se locupletam. Travestidos de um profissionalismo pífio, ambos se embrenham numa troca de favores aparentemente promíscua, baseada em apadrinhamento político e interesses individuais. Outros dois apoios importantíssimos (ainda que menores que o Corinthians em termos de peso), Santos e Vasco, que apoiaram a chapa branca de Kleber Leite na eleição, revelam uma tendência muito mais retrógrada do que seus novos dirigentes querem fazer crer. Por fim, o Cruzeiro, alinha-se com a CBF num estilo gerencial progressista dentro de campo e feudal fora dele.
Hoje não há o que fazer para contrariar o dono da CBF, mas ter como inimigos clubes como Flamengo, São Paulo, Palmeiras e Fluminense não é conveniente. Quando Teixeira tirou a Copa de 2014 do São Paulo, estranhei a absoluta inércia dos dirigentes tricolores. Hoje, diante de um quadro no qual o dirigente tem cada vez mais inimigos, passei a imaginar que a vingança de Juvenal Juvêncio possa estar sendo feita nos bastidores, com aliados poderosos e com os quais se respiram um ar bem mais saudável como Luiz Gonzaga Belluzzo, Patricia Amorim e os clubes gaúchos. Se conhecesse história, Ricardo Teixeira saberia que o poder pode ser absoluto ou eterno, mas jamais ambos ao mesmo tempo. Pelo seu perfil, duvido que conheça.
Somos todos pró-Michel. Pelo menos nós, os que não somos fedidos lamacentos… Abs
O problema para Teixeira é que, hoje, a presidência da FIFA não passa de um sonho (para nós, pesadelo). Ele não tem mais aliados fortes o suficiente para vencer essa disputa. Blatter não deve apoiá-lo e Platini é um nome mais forte para o posto. Torço para o meu xará nessa e espero que o ainda longínquo 2015 represente o capítulo final desse câncer do nosso futebol.
isso é verdade, Teixeira claramente sonha com a presidência da FIFA, e pode fazer do Sanchez seu sucessor, o que seria lamentável para o futebol brasileiro… no mais, pela primeira vez, começamos a ver um cenário de oposição mais explícito ao presidente da CBF.
Tenho a leve impressão que o Andrés Sanchez trabalha com a ideia de ser ele o substituto do Ricardo Teixeira, que já conta com o sucesso da próxima Copa para chegar até onde quer: a presidência da FIFA. Qualquer coisa fora desse scipt e eu ficarei realmente surpreso.
A questão é que o colégio eleitoral da CBF são as federações, e a Copa do Brasil está aí para afagar os eleitores, bem como torneios estapafúrdios (do jeito que está sendo realizado) como o Nordestão.
Pena Muricy não assumir. Seria uma vitória da meritocracia sobre o puxa-saquismo que virou as relações em nossa sociedade.