Em mais de uma oportunidade, já demonstrei entusiasmo com a nova Juventus. Não estou me ufanando. Não acho que a Juve dará show nesta temporada. Não vejo nela um novo Barcelona nem mesmo uma Juve dos bons dias. Mas vejo um time de futebol, de verdade, que não espera milagres, que não sai dos próprios sapatos e que não se maravilha consigo mesma. E além disso, uma plataforma de lançamento da qual podem se reinventar vários jogadores obscurecidos. Entre eles, Amauri.
O atacante juventino é a antítese do que gosta o brasileiro. Forte fisicamente, gosta de receber a bola entre os zagueiros e fazer o giro para a conclusão. Pouquíssima capacidade de dribles, sem jogo de corpo, Amauri é, futebolisticamente falando, europeu. Mas eu o acho um centroavante nato.
Nos últimos três anos, Amauri foi perdendo o foco. A bobagem de se dividir entre Brasil e Itália (quando seu futuro era claramente na Itália), más temporadas da Juventus e a falta de um companheiro de ataque que o deixasse à vontade, afundou. Pode se recuperar se seguir o trend da Juventus: pé no chão e trabalho. As condições estão aí.
O jogo com o Shamrock Rovers está longe das passarelas às quais o time italiano está acostumado, mas também é verdade que em julho, as pernas não respondem. Amauri, no entanto, foi o homem-partida. Fez dois gols desviando de cabeça a bola, fez dois passes certeiros para gols que não vieram de Pepe e Marchisio e manteve a Juventus com um terminal na área em que os externos e Diego podiam municiar. Roma e Milan devem ter temporadas boas no médio prazo, mas esta Juventus, atada às suas tradições (voltou até a ter um Agnelli no comando) pode dar dores de cabeça à Inter, especialmente sem a pressão de uma Liga dos Campeões. Título é difícil, mas devolver a forma a nomes como Chiellini, Amauri, Diego e Buffon está ao alcance das mãos.
A minha empolgação tem, talvez, algo de esperança. Não existe futebol italiano sem a Juventus e o Milan. Sem esses dois times fortes, não há como o esporte no país se recuperar. Roma, Fiorentina, Sampdoria, são times respeitabilíssimos, mas não tem o ‘punch’ dos dois gigantes. É como uma Premier League sem Liverpool e Manchester United, ou um Espanhol sem Barça e Real Madrid. Mesmo a Inter tetracampeã e vencedora de tudo não consegue segurar, sozinha, a peteca do futebol italiano no alto.
Infelizmente, a Série A paga pelos próprios pecados: dirigentes corruptos, estádios velhos, legislação atrasada, infestamento de agentes – um pouco do retrato do país de Silvio Berlusconi, uma democratura travada que não consegue fazer a opção entre progresso e conservadorismo, e fica estagnada num limbo distante do que cada um pode dar de melhor. Esse ano, dificilmente nos dará clássicos à altura da história. Mas para a temporada seguinte, quem sabe?
E obrigado pela visita…
Apesar da diferença ser sutil, acho também que ele não tem futebol para jogar na Itália como trequartista, mas sim como atacante. Acho que se for avançado, pode passar a concorrer por uma vaga no setor ofensivo que – quem diria – está com uma carência no Brasil. Abs
Caro, o problema na reformulação do Milan é que é preciso esperar os contratos vencerem. Dida, Favalli, kaladze, Oddo, Jankulovski todos já tiveram propostas para sair, mas não aceitaram receber menos. Só agora alguns saíram e outros aceitaram renegociar. Mas a ideia é antiga. Nisso o Leonardo foi um cara muito dedicado: aceitou fazer uma temporada de transição. E fez bem. abs
Descobri seu blog a pouco tempo, por isso é a primeira vez que comento. Concordo com você a respeito da Juventus, ao contrario de alguns críticos, eu acho que a Juve está no caminho certo, contratando jovens talentos como David Lanzafame, Bonucci. Eu acho que a Juve tem todas as condições de disputar o título com a Inter, mas torço muito também para que o meu Milan com essa nova política de apostar em novos talentos consiga pelo menos a classificação para a Liga dos Campeões. Esse trabalho feito pelo Milan poderia ter começado antes, mas nunca é tarde para mudar, no Barça, está a prova que o caminho é esse.
Outro que deve se beneficiar com o 4-4-1-1 é Diego. Mais livre, o meia pode se destacar tanto no último passe quanto nos arremates. Isso, mesmo sem a benção de alguns críticos locais que com apenas uma temporada já cravaram que o brasileiro não serve para o Calcio.
Abraços.
Aguardemos! ‘Democratura’ foi a melhor!
Abs
Eu acho que a Juventus, assim como o Milan, dificilmente vai brigar pelo título. Acho que a Juve vai é lutar por uma vaga na liga dos campeões. Eu nunca achei o Amauri um atacante trombador, o Amauri que jogou no Palermo e no Chievo fazia gols de cabeça, mas muitas vezes procurava o jogo pelo lado do campo, dava bons passes e até driblava bem. Acho que ele não deveria jogar isolado, isso prejudicou o jogo dele…
a escalação me pareceu boa, nomes interessantes, somados a um bom treinador, uma vontade enorme de vencer e apagar a vergonha da última temporada, e recuperar seu nome no futebol italiano, podem fazer da Juventus uma boa equipe nessa temporada… talvez não deva disputar o titulo de forma intensa, mas certamente voltará a ser protagonista.