O dilema de Love

Ele voltou ao Brasil para bater o carimbo no passaporte para a Copa do Mundo por meio de um títulos brasileiro com o Palmeiras, mas chega em Dezembro com pecha de primadonna, baladeiro e tendo tomado uma sova no processo. Agora, deve Vágner Love disputar o Paulista e a Copa do Brasil num time abalado psicologicamente para lutar por uma vaga na Seleção ou voltar á Rússia, esquecer a Seleção (que só viria num golpe de sorte) e jogar uma convidativa Liga dos Campeões?

Sendo realista, não dá para considerar Love um jogador de pedigree de Seleção Brasileira – mas até aí, Marcelo (Real Madrid), Fernando (vendido pelo Bordeaux ao Genoa) e Felipe Melo (Juventus) também não são. O ponto é que em condições normais, ele não teria uma vaga na Seleção e uma extensão de sua passagem pelo Parque Antártica pode até piorar seu já combalido status de craque.

Para o futebol brasileiro, Love é muito acima da média, mas para a Europa, é jogador para um time médio. Seria um bom susbtituto para Luis Fabiano, que merece mais que o Sevilla. A escolha dele é difícil, porque ele pode não ter mais chances de jogar uma Copa do Mundo e na Rússia não vai chamar a atenção de Dunga a menos que marque dois gols por jogo.

Se quiser mesmo ir para a Copa, Love só tem uma saída: o Flamengo. Lá, seu passaporte estaria carimbado. Mesmo se fosse expulso, salvaria sua pele com trancinhas rubronegras no Supremo Tribunal da Palhaçada Desportiva.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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