Um novo Ajax. Mesmo

O Ajax de hoje é um clube redimensionado. Depois da aprovação da lei Bosman na década passada, os gigantes de Amsterdam passaram a ser, no máximo, coadjuvantes do cenário europeu. Nos últimos anos, com contratações como as dos espanhóis Luque e Oleguer, o time tem dado dó. Mas há esperança.

Suarez em jogo do Ajax

A contratação de Martin Jol tinha indicado essa esperança. Jol é um “hard worker”. Ao invés de jogar para a torcida, visivelmente prepara seus clubes para o futuro. Não é coincidência que Hamburgo e Tottenham tenham crescido depois de suas passagem por lá. O Ajax de hoje sugere um caminho similar.

O time de hoje ainda é inconsistente, mas promete. A defesa, por exemplo, tem quatro jogadores muito técnicos. Vertonghen, o zagueiro belga, é um meio-campista de origem, mas se adaptou totalmente.  Em algumas partidas, Jol chegou a escalar só três laterais como zagueiros. A justificativa era que eles tinham estatura para jogar no meio da defesa e como tinham habilidade, dariam precisão e rapidez à saída de bola.

Dois outros nomes prometem muitíssimo neste começo de temporada. O primeiro é o meio-campista De Zeeuw, o dínamo do meio-campo que libera os meias para o ataque.De Zeeuw se formou no Go Ahead Eagles (“Vamos lá, Águias”, provavelmente o nome de time mais cômico do mundo), mas se consolidou no AZ. Hoje é tão fundamental no Ajax quanto Luis Suarez, 10 gols e seis assistencias nos sete primeiros jogos. Suárez parece estar atingindo a maturidade que prometia no Groningen. Jol explica que sua mobilidade pede que ele tenha um homem na área para render mais. Por isso, contratou o só razoável Pantelic liberado pelo Hertha. Mas há uma série de nomes interessantes na ArenA.Os atacantes Cvitanich e Sulejmani, o meia Vurnon Anita, o coringa defensivo Lindgren.

O Ajax parece estar buscando refundar a divisão de base mais eficiente da Europa porque é a única chance que tem de, senão recuperar a posição que tinha, pelo menos de se manter numa elite que cada vez mais fica inatingível sem rios inexplicáveis de dinheiro. O time deste ano pode até vencer o Holandês, mas ainda é um time “verde”. Entretanto, é ao menos, entusiasmante.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.

11 Comments

  1. Marcio, um trabalho sério é aquele que começa a dar frutos em 1-2 anos. “Magos” que saem ganhando de cara tem 1) grana, 2) um trabalho que ja vinha pronto ou 3) sorte. Num clube como o Ajax, com tanta zona, é natural que o time ainda esteja capenga. Perder faz parte do jogo. O que preocupa é não ter expectativa e isso o Ajax voltou a ter.

  2. hahahah…’queimado mor megablaster thunder’. Van Der Meyde ainda joga no Everton? Realmente não me lembrei do Ibrahimovic o único que ‘vingou’ mesmo!
    Até!

  3. Infelizmente perdi minhas esperanças no resurgimento europeu do Ajax nesta temporada. Fiquei bastante animado com a contratação do Martin Jol, muito bem definido pelo Cassiano como um hard worker, mas pelo que vi do time até agora…acho que só domesticamente o time pode fazer alguma coisa. Apenas o Luiz Suarez tem um potencial “world class” na equipe. É uma pena ver equipes bombadas por dinheiro lavado e com pouquissima tradição, seja no ambito local ou internacional – Chelsea como maior exemplo , tomarem o lugar de um digno gigante europeu. Mas eu acredito no Ajax, seria lindo uma conquista de Champions League, com um time formado por garotos da base, ou mesmo uma Europa League, o que acho até bem mais realista.

  4. Gosto bastante do futebol do Sneijder. E, apesar de jogar do lado errado, honestamente torço por ele. Vamos esperar um pouco mais para poder avaliar com mais subsídios a performance dele como trequartista na Itália.

  5. Discordo, Gilson. O Sneijder é ‘trequartista’ de origem. As melhores partidas dele no Ajax eram nessa posição. Tanto que ele teve o melhor futebol dele num momento em que o Ajax já estava decaindo – depois que o van der Vaart foi para Hamburgo. Ele é um jogador tipicamente holandês, que pode fazer várias funções. É a melhor contratação da Inter em muitos anos.

  6. O van der Meyde foi uma das maiores decepções de minha vida como espectador de futebol. Ele jogava muito no Ajax e quando foi contratado pela Inter eu quase soltei foguete pra comemorar.
    No entanto, sua passagem por Milão foi digna de estudos. Fora um gol incrível marcado contra o Arsenal em Londres, não fez mais nada.
    Dizem que o futebol tem dessas coisas. Pode parecer lugar comum (e é) mais nesse caso é a mais pura verdade.

    Abraços.

  7. É curioso notar como eles hoje realmente estão em um plano secundário. Uns três meses atrás coloquei o Vertonghen em uma wish list de reforços para o calciomercato do Milan. Ninguém o conhecia…

    E quanto ao fato dos caras abaixo citados não terem vingado, vale analisar cada caso separadamente. Ninguém, creio eu, pode pedir que o Sneijder, por exemplo, seja trequartista. Na minha visão o futebol dele não se caracteriza pela velocidade, visão de jogo e drible. E entendo que, para quem joga ali perto da área adversária, é altamente desejável ter esses qualidades.

  8. Esse foi torrificado com Megablaster Thunder Torrificator Tabajara. Mas também tem outros. O Mido também desapareceu. O Trabelsi quase foi para o Man Utd para substtituir o Beckham, Van der Gun (hojhe esta no Swansea) e Boukhari (Kasimpasa) eram da mesma geração. A maioria até tem carreiras decentes. Sneijder, van der Vaart, Ibrahimovic (o único que realmente vingou), De Jong, Heitinga, Pienaar, todos poderiam ter virado grandes jogadores, mas ficaram no “quase” ou nem isso.

  9. E olha que o Alexandre nem listou o queimado-mor dessa turma, que foi o Van der Meyde..

  10. Na verdade eles sao de gerações diferentes. O Babel é de uma geração seguinte e o Huntelaar é do PSV, Ainda assim, É dificil, porque o Ajax nao tinha força mesmo para mantê-los. Aoi meu ver eles erraram querendo sair muito cedo do clube. Acho que teria sido melhor para Ajax e jogadores se eles tivessem ficado la mais tempo. abs

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