Associazione Calcio Milan
Estádio: Giuseppe Meazza “San Siro” (85.700 pessoas)
Principal jogador: Kaká (meio-campista/atacante)
Fique de olho: Viudez Tabaré (atacante)
Competição continental que disputa: Copa Uefa
Time base (4-3-2-1, 19/08): Abbiati; Zambrotta (Oddo), Nesta, Kaladze e Jankulovski; Gattuso, Pirlo, Seedorf; Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Pato
Técnico: Carlo Ancelotti (mantido)
Objetivo na temporada: vencer o campeonato e a Copa Uefa
Não dá para dar um adjetivo à ultima temporada milanista que não seja “fracasso”. Depois de vencer uma Liga dos Campeões, o clube errou feio na avaliação de um elenco velho, cheio de carências e que se apoiava na excelência de alguns nomes. Quando estes baixaram suas performances, tudo ruiu.
A má campanha fez com que o clube se tocasse. Mantendo o técnico Carlo Ancelotti para iniciar a sua sétima temporada à frente da equipe (o recordista de permanência na Série A), o Milan ainda não fez uma campanha à altura da sua fama, mas pelo menos voltou a ter ambições.
A contratação de Ronaldinho Gaúcho é sintomática. Certamente reforços em outras posições seriam mais necessários, só que o brasileiro rende a exposição que o presidente do clube e premiê italiano busca. Futebol espetacular com vitórias é o que Berlusconi quer e ele não se inibe em contratar os jogadores que são os seus “preferidos” ao invés do que o treinador precisa.
Os demais reforços do Milan são de bom nível, especialmente o mediano Mathieu Flamini, que chega de graça, do Arsenal. Luca Zambrotta também é excelente, Borriello fez um ótimo campeonato italiano e os menos conhecidos (Antonini, Cardacio, Tabaré) sugerem a construção de um elenco efetivo, sem nomes que não têm mais condição de jogar. Mas um buraco no gol segue extremamente preocupante.
A última semana de mercado do Milan ainda deve levar a Milanello um defensor para ser titular. A torcida poderia sonhar com um goleiro que disputasse a vaga com Abbiati. Se depender de Dida e Kalac em algum momento da temporada, o Milan estará absolutamente vendido no lance.
Unione Calcio Sampdoria
Estádio: Luigi Ferraris (41.917 pessoas)
Principal jogador: Antonio Cassano (atacante)
Fique de olho: Daniele Dessena (meio-campista)
Competição continental que disputa: Copa Uefa
Time base (3-5-2, 19/08): Castellazzi; Campagnaro, Lucchini, Accardi; Stankevicius, Sammarco, Palombo, Dessena e Pieri; Bellucci e Cassano
Técnico: Walter Mazzarri (mantido)
Objetivo na temporada: vaga na Copa Uefa
Dar o passo para deixar de ser um clube médio para passar a ser um grande é, certamente o mais difícil no futebol profissional. Depende de uma série de fatores que vai muito além do planejamento. Mesmo que tudo dê certo, é difícil, por exemplo, superar o fato de não ter potencial de crescimento de torcida. A Sampdoria se enquadra bem neste cenário. O time tem um bom planejamento, mas sem o dinheiro de um Massimo Moratti nem uma cidade populosa para provocar o crescimento, ocorre uma sensação de estagnação.
Nesta temporada, a Samp conseguiu uma vaga na Copa Uefa. Na próxima, o objetivo é o mesmo e nem uma quantidade de reforços maior mudaria o contexto. O técnico Walter Mazzarri tem um bom time, já entrosado e fez boas contratações para o seu patamar. Mesmo assim, uma vaga na LC só vem com muita sorte ou em alguns anos, assumindo-se que o clube de Gênova mantenha a direção certa.
Mazzarri manteve o 3-5-2 do último ano, que tem dois laterais nas extremidades da zaga (Campagnaro e Accardi), onde o trio de medianos é quem faz a cobertura defensiva. Pelas laterais, outros dois laterais de origem, Stankevicius e Pieri visam uma cautela ainda maior da retaguarda. Isso significa retranca? Em absoluto. O sistema é muito bem planejado e faz com que as jogadas de linha de fundo ocorram com facilidade. Pelo meio, o fato de usar três medianos com ótimo passe também garante um futebol fluido.
O diferencial da Sampdoria está no que fará Antonio Cassano. Calmo e centrado, o jogador de Bari Vecchia é o elemento capaz de fazer com que o time consiga lutar por uma vaga na Liga dos Campeões, dependendo do rendimento dos adversários. E avançando lentamente, talvez o clube ‘blucerchiato’ possa ir mais longe nas próximas temporadas.
Udinese Calcio
Estádio: Friuli (41.652 pessoas)
Principal jogador: Fabio Quagliarella (atacante)
Fique de olho: Alexis Sanchez (atacante)
Competição continental que disputa: Copa Uefa
Time base (4-2-3-1, 19/08): Handanovic; Motta, Zapata, Felipe e Lukovic; Inler e Tissone (Pinzi); Sanchez, Floro Flores e Di Natale; Quagliarella
Técnico: Pasquale Marino
Objetivo na temporada: vaga na Copa Uefa
Um entreposto de jogadores. Sem um mecenas e dependendo de uma cidade com menos de 100 mil habitantes (Udine), o clube friulano depende de vender jogadores para sobreviver. E faz isso muito bem, graças a uma vasta rede de observadores e a um diretor esportivo bastante esperto (Pietro Leonardi) a banda segue tocando.
Com um treinador que vem de duas excelentes temporadas (uma no Catania e outra na Udinese), Pasquale Marino, a Udinese perdeu poucas peças na última temporada e fez ótimas contratações ou levou de volta ao Friuli bons nomes que estavam emprestados. E o 3-4-3 da última temporada ficou ainda mais ofensivo, com um 4-2-3-1 que deve ser muito veloz e técnico.
O cerne da defesa ‘bianconera’ é a dupla de zaga Zapata-Felipe, que tem potencial para jogar em qualquer grande clube da Europa. O goleiro Handanovic também vem crescendo muito e a dupla de volantes (dois entre Inler, Tissone e Pinzi) combina forte marcação com qualidade nos passes.
É no ataque que Marino terá mais trabalho para equilibrar o setor. Jogando com quatro atacantes de origem (Sanchez, Floro Flores, Di Natale e Quagliarella), a Udinese precisa reencontrar seu equilíbrio. Vale prestar atenção. Alexis Sanchez está sendo sondado pelo Manchester United para uma possível saída de Cristiano Ronaldo no ano que vem e Quagliarella é um dos melhores atacantes italianos. A vaga na Uefa é a meta, mas algo além disso não é impossível.
Societá Sportiva Napoli
Estádio: San Paolo (78.210 pessoas)
Principal jogador: Marek Hamsik (meio-campista)
Fique de olho: Fabiano Santacroce (defensor)
Competição continental que disputa: Copa Uefa (via Intertoto)
Time base (3-5-2, 19/08): Iezzo; Santacroce, Cannavaro e Contini; Maggio, Blasi, Gargano, Hamsik e Mannini; Lavezzi e Germán Denis
Técnico: Edoardo Reja (mantido)
Objetivo na temporada: vaga na Copa Uefa
Passada a temporada de assentamento na primeira divisão depois da promoção, o Napoli anuncia que “quer mais”. É natural. Se trata da quarta torcida da Itália (sim, maior do que a da Roma), com uma cidade grande e um estádio freqüentemente lotado. Cabe questionar a velocidade com a qual o clube pode tentar vôos mais ambiciosos.
Exemplo: o Napoli tem futebol para se manter na zona Uefa? Sem dúvida. E na LC? Aí, a porca torce o rabo. Não que Nápoles não tenha como manter um clube na competição, mas a disputa é muito acirrada. E sem investimentos pesados por parte da família De Laurentiis, que controla o clube, não há chance.
O 3-5-2 de Edy Reja tem ótimos momentos, mas ainda carece de uma defesa mais sólida. O brasileiro/italiano Santacroce é excelente, mas Paolo Cannavaro é só “bom” e Contini, no máximo, “regular”. Nem com um trio de volantes bem interessante (Blasi, Gargano, Hamsik) a retaguarda se garante.
Neste ano, o Napoli volta a apostar em argentinos para ter um ataque de peso. Germán Denis chega para fazer duo com Lavezzi e na teoria, tem tudo para encaixar em termos de perfil, mas Denis já esteve na Itália (Cesena, Série B) e não empolgou. O Napoli espetacular sonhado por Aurelio De Laurentiis terá de esperar pelo menos mais um ano.