Reggina Calcio
Sofrer, sofrer, sofrer e arrancar uma ‘salvezza’ na raça. Esta sempre foi a história das temporadas da Reggina na Série A. Mas nas duas últimas temporadas, o clube calabrês levou a emoção às últimas conseqüências e passou o campeonato se fingindo de morta para renascer nos minutos finais do jogo. Para o campeonato que vem, a Reggina não contratou nenhum gênio, mas fez manobras de mercado bastante inteligentes e, mantendo a estrutura dos últimos anos, pode ter, enfim, uma temporada mais calma.
A Reggina, mais uma vez, deve jogar só com um atacante – o ex-Chievo Bernardo Corradi. O trabalho do senese se batendo entre os zagueiros possibilita a inserção dos meio-campistas Fabiano (ex-São Paulo), Brienza e Cozza, ótimos finalizadores mas com capacidade de marcação. Na defesa, como sempre, uma linha defensiva sólida e menos móvel é ajudada pelo paraguaio Barreto e por Tognozzi. Se não patinar, dá para salvar antes da 38a rodada.
Torino
Estádio: Olímpico de Turim (25.370 pessoas)
Principal jogador: Alessandro Rosina (meia-atacante)
Fique de olho: Matteo Rubin (defensor)
Competição continental que disputa: nenhuma
Time base (4-3-2-1, 04/08): Sereni; Diana, Natali, Di Loreto e Pisano; Saumel, Corini e Grella; Rosina e Di Michele; Amoruso (Stellone).
Técnico: Giovanni De Biasi
Objetivo na temporada: evitar o rebaixamento
Com um número de estrangeiros espantosamente baixo (só quatro), o Torino “á italiana” não terá vida fácil. O clube não fez investimentos mais pesados e aposta em jovens como o ala Abate, o lateral Rubin, o meio-campista Bottone e o atacante Malonga. É uma decisão arriscada, mas interessante a longo prazo – caso o clube não caia. Giovanni De Biasi era o treinador do clube no ano passado, quando brigou com o presidente e foi mandado embora. Curiosamente, voltou no fim da temporada e supostamente isso deve lhe dar uma vantagem de conhecer o elenco.
A defesa é bastante sólida e age com um mediano (Corini) que dita o ritmo das manobras ofensivas, além de ajudar a comandar a defesa. O restante da linha de medianos age condicionado pela movimentação do ex-jogador do Chievo e pela referência de um centroavante (Amoruso ou Stellone). De Biasi deve usar os jovens para experimentar novas formações como o 4-4-2 com dois alas e isso pode ser um trunfo para um time que tem limitações econômicas.
Cagliari Calcio
Estádio: Sant’Elia (23.486 pessoas)
Principal jogador: Robert Acquafresca (atacante)
Fique de olho: Daniele Magliochetti (defensor)
Competição continental que disputa: nenhuma
Time base (4-3-1-2, 04/08): Marchetti; Pisano, López, Canini e Agostini; Fini, Conti e Parola; Cossu; Jeda e Acquafresca.
Técnico: Massimiliano Allegri (novo)
Objetivo na temporada: evitar o rebaixamento
Elenco pequeno, técnico desconhecido (Sassuolo, Grossetto e Aglianese no currículo) e presidente que gosta de aparecer. O Cagliari, mais uma vez, entra para a sua missão de evitar o rebaixamento como um dos favoritos para a queda. A favor dos sardos, está a história: nas últimas três temporadas, eles também apontados para cair. A manha de escapar do rebaixamento, aliás, vale até um favoritismo para se salvar no confronto com Reggina, Lecce e Chievo.
Allegri, o novo treinador, manteve a base de Davide Ballardini que salvou o clube na última temporada. Um time quase todo italiano com Canini chefiando a defesa, Conti no meio-campo e Acquafresca, o ataque. O veterano brasileiro Jeda ajudou a estabilizar o time no returno passado e parte titular (até pela ausência de opções). Nada, além do entrosamento do ano anterior, aponta para uma boa temporada do Cagliari. Contudo, como já foi dito, não seria a primeira vez que o time ‘rosso-blú’ se safaria.
Siena Calcio
Estádio: Arena Montepaschi (13.500 pessoas)
Principal jogador: Houssine Kharja (meio-campista)
Fique de olho: Fernando Forestieri (meio-campista)
Competição continental que disputa: nenhuma
Time base (4-3-1-2, 04/08): Curci; Rossettini (Zuñiga), Portanova, Ficagna e Rossi; Vergassola, Codrea e Galloppa; Kharja; Calaió e Maccarone.
Técnico: Marco Giampaolo (novo)
Objetivo na temporada: evitar o rebaixamento
Todo mundo se surpreendeu quando o Siena demitiu o treinador Mario Beretta depois que o clube se salvou com quatro rodadas de antecedência. O positivo foi a contratação de um técnico de perfil parecido, Marco Giampaolo e a manutenção da estrutura de um time bastante decente para as ambições do clube.
Giampaolo começará o campeonato com uma retaguarda toda italiana (no máximo o colombiano Zuñiga na direita). O forte do time está no meio-campo. Galloppa, Codrea e Vergassola dão consistência para Kharja jogar quase como um terceiro atacante, ao lado de Calaió e Maccarone. A Arena Montepaschi de Siena foi um lugar difícil para os grandes fazerem pontos. Mesmo sem correr pelo título (500/1 nas casas de apostas), os toscanos devem continuar sendo parada dura.
Sinal de alerta
Ronaldinho no Milan, Amauri na Juventus, Mutu permanecendo em Florença. As mexidas de verão do futebol italiano fizeram os torcedores da Itália sonharem com títulos na temporada e ambições nada modestas. Porém, com zero jogos oficiais disputados, todos os grandes italianos já estão coçando a cabeça e se perguntando se algo está errado.
Nenhum dos italianos conseguiu um grande resultado nos amistosos da semana passada (nem mesmo jogando entre si). Pior: em confronto com clubes de outros países, alguns vexames foram protagonizados pelos titãs peninsulares como na derrota fragorosa de 5 a 0 do Milan diante do Chelsea ou no insucesso da Juventus frente ao Hamburgo.
Naturalmente Juventus e Milan tiveram os resultados mais chocantes. O time de Turim perdeu para o Hamburgo com dois gols bisonhos do fim do jogo e um Milan padrão Série D se deu conta que Kalac não pode ser titular nem da segunda divisão australiana (veja o video abaixo). Não que a Fiorentina tenha feito um grande papel contra o Barcelona, ou a Roma tenha resistido a um grande Monaco, mas juventinos e milanistas têm motivos para maior medo.
Indo direto ao ponto, a questão é que, exceção feita á Inter, nenhum dos outros italianos tem uma equipe próxima do aceitável. É verdade que vários titulares ainda estão fora de condição ou indisponíveis, mas nada justifica o atraso de preparação. Pior ainda para Juventus e Fiorentina, que têm de enfrentar a fase eliminatória da Liga dos Campeões, um resultado que pode condicionar toda a temporada.
Nenhum dos italianos pretendia voltar ao mercado, mas é pouco provável que ninguém mais faça contratações. A Fiorentina carece de um centralizador no meio-campo, problema que pode até ser solucionado com treinamento. Milan, Juventus e Roma, não. Sem um goleiro (Milan), um zagueiro (Juventus) e um atacante (Roma), os três times têm tudo para pagar o pato no ano por causa de um elenco curto. Se há um lado positivo, pode-se dizer que, pelo menos, aconteceu a tempo de ser consertado.